quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SANTA CRUZ ANTIGA, dia 10 de Dezembro

Torcidor do Ypiranga acredita no trabalho de Adelmo Soares

Com um pé atrás em relação ao elenco para o campeonato pernambucano 2011, já que se trata de “ilustres desconhecidos”, o torcedor do Ypiranga, anda desconfiado sobre e o futuro da máquina do interior na competição. Porém, todos são praticamente a favor da contratação do técnico Adelmo Soares. “Acredito muito no trabalho de Adelmo. É um treiandor sério que faz com que o time jogue com raça e determinação”. Comentou o popular Carioca, membro do grupo “amigos do Ypiranga". Na mala do campo o clima era de dúvidas, mas a credibilidade do treinador estava em alta. Agora é esperar os treinos com bola para que a torcida veja as qualidades dos atletas, e definitivamente, dê a força que o alviazulino precisa para começar a competição com todo gás.

Santa Cruz Antiga recebe votos de aplausos

O vereador Zezin Buxin encaminhou na reunião de ontem, requerimento de “votos de aplausos” a volta do projeto Santa Cruz Antiga, que qualificou de conteúdo grandioso para a cultura e a história da cidade. O requerimento foi aprovado por unanimidade. Nós da produção, agradecemos aos vereadores, e em especial ao amigo Zezin Buxin.

João Paulo na Liberdade

João Paulo concedeu entrevista ao comunicador Antônio Carlos, na Rádio Liberdade AM. Ele falou do PT de Pernambuco e expectativas para o governo da presidenta Dilma Rousseff. (Foto: Vladimir Barreto)

Sai Tony entra Louro do Juá

Tony Gel fez despediu-se da Câmara Municipal de Caruaru na noite desta terça-feira (30), já que será diplomado como deputado estadual eleito na próxima semana. Muitos amigos lotaram as galerias da Casa José Carlos Florêncio para ouvir o discurso de despedida do vereador, que disse ter a certeza que cumpriu seu papel nos dois primeiros anos da legislatura, assim honrando os votos que recebeu nas últimas eleições municipais. No seu lugar assume o suplente do DEM, Louro do Juá. Boa sorte.

Três assaltantes são presos em Gameleira

A agência dos Correios de Gameleira, na Zona da Mata Sul, foi assaltada nesta terça-feira (30). Três homens invadiram o prédio e renderam o atendente comercial Ailton Leite Cavalcante, 54 anos, mas foram presos.

Carlos Oliveira da Silva, 37 anos, Edson Silva dos Santos, 22, e Sérgio Henrique Diniz de Souza, 18, foram autuados em flagrante por assalto e porte ilegal de armas de fogo.


Central de Jornalismo
Helenivaldo Pereira

Professora é presa em Pesqueira por posse ilegal de arma

Uma professora de 62 anos foi presa por posse ilegal de arma em Pesqueira, Agreste pernambucano. A polícia encontrou na casa de Maria das Graças Leite Santos dois revólveres calibre 38 e 12 munições do mesmo calibre. A professora foi autuada em flagrante

Central de Jornalismo
Helenivaldo Pereira

Polícia divulga balanço da operação Zona Franca

A Secretaria de Defesa Social, através da Polícia Civil, e a Secretaria da Fazenda (Sefaz) apresentaram, na manhã desta quarta-feira (1°), o balanço geral da operação Zona Franca. A ação deflagrada esta segunda (30), nos municípios de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Nazaré da Mata, para reprimir a falsificação de notas fiscais e constituição de empresas fraudulentas, conseguiu prender 19 pessoas ligadas ao esquema. Entre elas, um auditor fiscal da Sefaz.

De acordo com a polícia, os líderes do grupo eram Carlos Batista Ribeiro, que foi preso no município de Santa Cruz do Capibaribe e João Nepomuceno da Silva Filho, que está foragido. Eles agiam há pelo menos cinco anos. As investigações começaram em abril. O outro foragido é Gabriel Félix de Morais

Na terça (30), R$ 90 mil em dinheiro e R$ 500 mil em cheques, além de 55 talões de notas fiscais foram apreendidos. Duzentos policiais e 40 auditores fiscais participaram da operação.

O auditor fiscal Ladilson Neves Cavalcanti de Lima foi preso. Ele é acusado de receber dinheiro para não denunciar o esquema de compra e venda de notas fiscais falsas.


Fonte: pe360graus.com

Brasileiro vive em média 73 anos, indica IBGE

A esperança de vida ao nascer no Brasil alcançou 73,17 anos em 2009, com aumento de 0,31 ano (três meses e 22 dias) em relação a 2008, segundo a pesquisa de Tábuas de Mortalidade divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a 1980, a esperança de vida ao nascer aumentou 10,6 anos (dez anos, sete meses e seis dias).

A expectativa de vida das mulheres (77 anos) é mais alta do que a dos homens (69,4 anos).

Ao longo de 29 anos, esse indicador teve um crescimento médio anual de quatro meses e 12 dias, segundo destacam os técnicos do instituto no documento de divulgação da pesquisa. A estimativa é que a esperança de vida ao nascer alcance 81,29 anos em 2050.

Mortalidade infantil
Já a mortalidade infantil caiu de 69,12 para 22,47 óbitos por mil nascidos vivos, entre 1980 e 2009. Os técnicos ressaltam que o patamar ainda é elevado. Segundo informam no documento, a taxa de mortalidade infantil brasileira somente é inferior a de países como Paraguai, Bolívia e Haiti, mas ainda permanece atrás de Chile, Cuba, Uruguai, Argentina, México, Venezuela, Colômbia e El Salvador.

"A taxa de mortalidade infantil brasileira já alcançou um patamar incontestavelmente inferior ao de países como Costa do Marfim e Serra Leoa, mas ainda precisa trilhar um longo caminho para atingir, no médio prazo, níveis mínimos de mortalidade infantil, como os observados em Portugal, França, Noruega, Finlândia, Japão, Cingapura e Islândia", comentam os técnicos.

Além disso, eles destacam também que, comparando-se a esperança de vida ao nascer do Brasil em 2009 com o mesmo indicador de alguns países selecionados pela Divisão de População das Nações Unidas, nota-se que a esperança de vida do Brasil para o sexo feminino (77 anos), se distancia do indicador associado ao conjunto da população do Japão (82,7 anos) em 7,7 anos. Para o sexo masculino (69,4 anos), a diferença é quase o dobro: 13,3 anos.


Fonte: G1

Ministério disse...

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Ministério da Saúde
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Tá no blog Opinião

Informações percorrem os bastidores político da cidade, essas informações tratam de um possível interesse do deputado Edson Vieira na rádio 101 FM de Santa Cruz do Capibaribe, já especula-se nomes que o deputado levaria para a emissora, nomes como Emanoel Glicério, Luis Carlos Roger e Fred Gomes.

Agentes de trânsito nas ruas

Santa Cruz do Capibaribe-PE, começa viver expectativas de um novo tempo, resta saber se desta vez o caótico trânsito de Santa Cruz será organizado de fato e se todos os infratores serão punidos independente da classe social e do circulo de amizades.

Foto e Texto: Joseilson Chagas Blog Opinião

Arte cênica

Começa hoje (1º de dezembro) e segue até sexta (3), o 18º Festart - Festival Estudantil de Artes da Escola Dom Vital, este ano homenageando o diretor de teatro Walter Reis. A programação será desenvolvida no Teatro João Lyra Filho, sempre às 19h. O público pagará taxa simbólica de R$ 5 para ter acesso aos espetáculos.

Cooperativismo

O 26º Encontro Estadual do Cooperativismo Pernambucano acontece de 2 a 4 de dezembro, no Hotel Vila Hípica, em Gravatá, este ano desenvolvendo o tema “Cooperativismo é sustentabilidade”. Entre os palestrantes destaca-se Carla Galo, do Rio de Janeiro, especialista em Desenvolvimento de Talentos e Gestão de Negócios, e autora do livro “Sucesso de A à Z – vocabulário dos vencedores”.

Santa Cruz Antiga será dia 10 de dezembro

O projeto Santa Cruz Antiga terá sua 3ª edição realizada no dia 10 dezembro, numa sexta feira, onde o público terá oportunidade de mais uma vez, passa uma noite agradável ao som de três atrações:
BANDA FEEDBAK (Banda base, que acompanha os convidados e faz o resgate musical do projeto).
TUCA ALMEIDA (Cantor de grande experiência nos bares da vida, que faz uma viagem perfeita na MPB).
TONY MACIEL (Artista versátil que interpreta canções nacionais e internacionais, fazendo um desfile musical com várias vozes. Tony Maciel volta para dar oportunidade as pessoas que não compareceram devido as chuvas na 1ª edição)
Outra mudança será no local do evento. Mesmo permanecendo na Avenida Padre Zuzinha, passará a acontecer em frente ao restaurante Boca Mole, onde a estrutura poderá ser montada mais cedo, além do espaço muito mais amplo para receber o grande público.

Prefeito João da Costa volta para o Recife após recuperação em SP

O prefeito do Recife, João da Costa, que está licenciado do cargo desde o dia 8 de outubro para fazer um transplante de rim em São Paulo, deverá chegar ao recife nesta quarta-feira (1º). De acordo com a assessoria da prefeitura, a chegada de João da Costa a Pernambuco está prevista para o fim da tarde.

O anuncio do afastamento foi feito, oficialmente, no dia 7 de outubro. A cirurgia pela qual o prefeito passou ocorreu no dia 11 do mesmo mês, em São Paulo. O doador do rim foi um de seus irmãos. Durante o anúncio, João da Costa contou que, aos 26 anos, em uma viagem ao Paraná, sofreu uma crise hipertensiva. De volta a Pernambuco, passou 23 dias internado no Hospital das Clínicas para tentar identificar a razão da elevação da pressão.

Como sequela do longo internamento, um de seus rins passou a funcionar mal. Há aproximadamente um ano, o prefeito descobriu que apenas um transplante poderia curá-lo. Durante a licença, que tem duração de 60 dias, o vice-prefeito Milton Coelho assumiu o gabinete do prefeito interinamente.


Fonte: pe360graus.com

Atividades no Marco Zero de Caruaru vão marcar o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS

Diversas ações vão marcar nesta quarta-feira (01), em Caruaru, o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, promovidas pelo COAS e Secretaria de Saúde do Município. Entre as atividades que serão desenvolvidas no Marco Zero, durante toda manhã, estão distribuição de panfletos, aconselhamento, orientação e entrega de preservativos. Também haverá ações a partir das 15 horas, na Praça do Rosário, com a participação de arte-educadores.

Este ano, o município de Caruaru registrou 42 casos de soropositivos confirmados e no ano passado, foram 43 casos.

COAS

O Coas é um CTA - Centro de Testagem e Aconselhamento, localizado na rua Coronel Limeira, 189, Centro. O órgão tem uma equipe formada por psicólogos, assistente social, médicos, técnicos em laboratório e bioquímico/farmacêutico. O objetivo principal é a prevenção da AIDS, por meio da informação, a testagem de sangue e a entrega do preservativo. O horário do atendimento do Coas é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h. Funciona também todas as terças-feiras à tarde e quintas-feiras à noite. Recebe todos os públicos. E atende tanto as demandas espontâneas como as encaminhadas.

O diagnóstico do HIV é feito por testes, realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue. No CTA, o teste é gratuito, garantido o anonimato. Além da coleta, é feito o aconselhamento, antes e depois do teste, a fim de facilitar a correta interpretação do resultado, tanto pelo profissional de saúde como pelo paciente. O Coas Caruaru possui laboratório próprio, com equipamentos modernos, e a entrega do resultado é feita num prazo de 15 dias.


Central de Jornalismo
Helenivaldo Pereira

BUDEGA NORDESTINA RUMO A CIDADE DO REI DO BAIÃO

Nove meses antes de morrer, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, deixou gravada uma conversa de mais de uma hora com os repórteres Marcos Cirano e Pedro Luís. Vários trechos desse depoimento permaneceram inéditos até hoje. Veja a íntegra da entrevista e saiba porque ela não foi publicada antes. Essa entrevista foi concedida ao jornalista Marcos Cirano e ao fotógrafo Pedro Luiz, num apartamento do bairro de Boa Viagem, Recife, a 17 de outubro de 1988, portanto nove meses e 16 dias antes da morte de Luiz Gonzaga. Originalmente, ela serviu de base para uma reportagem sobre um novo disco do compositor, publicada pelo jornal carioca O Globo. Em maio de 1989, alguns trechos da entrevista também foram publicados pelo Suplemento Cultural do Diário Oficial de Pernambuco. Mas, a íntegra do depoimento permaneceu inédita até agora.

A entrevista de Gonzagão é comovente. Em vários momentos, ele chora, ao reconhecer que já não tem saúde para ficar de pé sem o auxílio de duas muletas. Faz um balanço da sua carreira artística. Canta trechos de músicas do seu novo disco. Critica o duro jogo de interesses do mercado fonográfico. E decide assumir, através da imprensa, o romance que manteve em segredo por 13 anos com sua última mulher, Edelzuíta Rabelo, a dona do apartamento onde a entrevista aconteceu: "Pode botar aí no jornal que o charme da minha vida agora é Edelzuíta!"

A pedido de Edelzuíta Rabelo, que queria evitar atritos com a primeira esposa de Gonzagão, Helena das Neves, ainda viva na época, a entrevista não foi publicada na íntegra. Fato que só agora acontece. Com a palavra, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião:

Marcos Cirano - São 50 anos de carreira. E aí?
Luiz Gonzaga - Eu acho que corri, corri, corri e acabei parando em casa.

MC - O senhor ta trabalhando um novo disco, né?
LG - É, todo mundo trabalha. Esse disco tem, realmente, uma grande importância para mim. Porque, mesmo que eu não quisesse parar, eu agora to condenando a isso, né, embora eu tenha a intenção de fazer tudo pra continuar. Porque, quando a gente cria, a gente tem obrigação de fazer cultura pra preservar as tradições, pra contar sua própria história. Porque, senão, ninguém vai querer contar, com a mesma empolgação, com o mesmo amor, com a mesma garra que eu sempre dediquei, de uma maneira completamente diferente, procurando sempre as estradas, sempre os caminhos em busca das cidades onde eu tinha certeza que existia uma colônia forte de cabeças-chatas esperando por mim. Então, aí eu instalei, instalava minhas tribunas. Estivesse onde estivesse: no noroeste, no oeste, no sul, em São Paulo, no sul do sul... Onde eu ia, encontrava as colônias nordestinas. Saudosas colônias sem administração, sem mando, furando novas...vamos dizer assim, procurando se apossar de um pedacinho de terra, um meio de vida melhor... E eu cantava pra eles, lá onde estivesses, as canções mais bonitas, as mais fortes, as mais tristes, que fazia todo mundo chorar... meu objetivo não era esse, mas acontecia. Às vezes, eles choravam com uma coisa alegre que eu cantasse. (Gonzagão tenta, mas não consegue prender o choro)

MC - Nesses 50 anos de carreira, o senhor fez tudo o que teve vontade? Na música e nas andanças.
LG - Só não fiz porque, naturalmente, meu talento não dava. Mas, enquanto meus companheiros achavam que as minhas idéias eram boas, a gente fazia juntos. Fora aquelas que eles criavam para mim... Humberto Teixeira, Zé Dantas. Antes deles, Miguel de Lima. Depois, Zé Marcolino, aqui do sertão, que morreu recentemente em desastre de automóvel... Então, assim, eu fiz, modéstia à parte, um grande acervo que ainda não está exposto, mas está em Exu, esperando a oportunidade de ser exposto no Museu Luiz Gonzaga.

MC - O que está faltando para esse acervo ficar exposto?

LG - Ta faltando administração, eu sou péssimo administrador. Material tem até sobrando, que dá até pra três museus. Mas, museu, no Brasil, parece palavrão... A minha intenção é de ajudar a imprensa e os pesquisadores que, quando precisarem escrever algo sobre Luiz Gonzaga, sobre Humberto Teixeira, Zé Dantas, meus outros excelentes companheiros como Onildo Almeida, Janduhy Filizola, ambos de Caruaru, então vocês vão ter condições de pesquisar capas de LPs, LPs, reportagens... Eu quero oferecer isso para você que tá me procurando aqui hoje e que é jovem, daqui há algum tempo você vai a Exu e lá você encontra tudo, todo acervo do Rei do Baião, fácil, fácil, palpável, e escreve o que você quiser. Não sobre mim, mas sobre o Nordeste, sobre as músicas que eu criei.
Gonzagão pára um instante, depois prossegue:
Descobri o Nordeste musical, musicalmente falando. Não foi o Nordeste, foi o Sertão. O Nordeste sempre teve os seus carnavais, suas festas tradicionais para exibir as suas canções. Mas, eu esbarrava sempre, no Rio de Janeiro, para vencer, contra tudo e era barreira quase invencível. De vez em quando, aparecia um seresteiro, como Augusto Calheiros e mais alguns, que, através de suas vozes, eles contavam as coisas engraçadas do Nordeste, como Manezinho Araújo.
Mas, não com a boa intenção que eu me apresentava, em cima de caminhão, levando o patrocinador nas costas, fazendo espetáculos nas praças públicas, improvisando espetáculos em determinadas praças...
Agora, tudo isso por quê? Porque eu não me achava bastante suficiente para concorrer com ninguém. Eu tinha que levar minha música diretamente àqueles que ignoravam totalmente o Nordeste. É claro que os colegas compareciam e coloriam o ambiente. Mas, o objetivo era cantar para os barrigas-verdes, os gaúchos, os caipiras, os cariocas. E conseguia, quase sempre, patrocinadores. Então, eu tinha liberdade. E assim, no meio desse público, eu era acolhido de surpresa até...
Ali no meio desse público tinha Caetano, tinha Gil, tinha muitos cantores doidos por aí, famosos hoje, que já mudaram de roupa várias vezes, hoje são até roqueiros, mas mesmo como roqueiros continuam afirmando que Luiz Gonzaga o influenciou, o influenciaram. E eu tava dando uma de Deus, escrevendo certo por linhas tortas. Totalmente despreparado mas, quando eu soltava alguma coisa, eles sentiam que tinha um sabor tão especial que não dá nem pra se lembrar qual a sua origem. E eu levava as coisas que aprendi na minha infância, com meu pai, as piadas do velho Januário, que meu pai era muito espirituoso. E fui me tornando um artista assim, espontâneo. Atingi praticamente todas as camadas sociais, cassinos etc., mas nunca me empolguei pela a cidade grande e a saudade do Nordeste sempre foi eterna. Hoje, graças a Deus, bem sucedido, menos com a saúde, continuo cantando com graça o meu forró. Como, por exemplo (recita):
Tô doidim pra me deitar naquela cama
To doidim pra me cobrir com teu lençol
Doidim pra te matar de cheiro
Juntar os travesseiros
Soprar o candeeiro e começar nosso forró
Esses versos vão ser gravados agora, são de uma música de João Silva e Luiz Gonzaga, do meu último LP. Nem decorei ainda, porque eu só péssimo decorador até das minhas próprias coisas. É uma mão-de-obra desgraçada! O nome dessa música é Vou te matar de cheiro. Quer dizer, uma linguagem dessa, meu filho, pra um cara que vem do mato... Isso sempre foi a minha primazia.

MC - Essa música é do novo disco que o senhor vai lançar?
LG - Essa música é do próximo LP. Até doente eu boto tempero e graça nas minhas coisas.

MC - Esse próximo disco já está todo pronto?
LG - Ta todo arrumado aí, as músicas feitas, mas a doença e a preguiça não me deixam fechar. Mas, como eu tô sentindo um cheiro de melhora... Eu tenho horas que eu sofro muito, porque eu tô sofrendo de uma doença chamada... (Gonzagão não consegue pronunciar a palavra osteoporose e pede auxílio a sua companheira Edelzuíta: como é o nome da danada da doença? Venha cá, você não pode ficar longe de mim, não, porque você é a minha memória)... Ela vem me atacar os ossos, justamente os que foram fraturados ao longo da minha carreira. Essa doença me ataca, tirando o meu rebolado e o meu charme. Meu charme agora é Edelzuíta. (A companheira de Gonzagão interfere: "Não bote isso aí não, que vai dar confusão", mas ele insiste: Bote no jornal que o meu charme agora é ela, o amor de minha vida).

MC - Os acidentes que o senhor sofreu foram muitos. Alguns até acabaram virando música. Quantos acidentes foram?
LG - Ih!...Já perdi a conta. Fraturei dez costelas, fraturei a clavícula, fraturei o crânio e, agora, essa osteoporose está me derrubando. O primeiro acidente foi em 1951, foi aquele de Santos, que o carro mergulhou de uma ponte de uns quinze metros, com todos nós dentro. Deu até uma música de Zé Gonzaga, meu irmão (canta): E Luiz Gonzaga não morreu... De lá pra cá, foram mais uns quatro ou cinco acidentes. Mas, o que eu andei mais perto da morte foi esse que me fraturou aqui (aponta para o lado direito da testa). Eu fiz duas operações, porque atingiu o olho, mas acabei cegando dele. Isso foi na estrada de Miguel Pereira. Gonzaguinha tava comigo e o anão Salário-mínimo também. E a maior vítima foi eu. Mas escapei com vida. Isso foi em 1962, parece. (Gonzaga fica alguns instantes em silencio, depois continua): Mesmo assim, ainda me sobrou algum charme pra encontrar uma mulher bonita e inteligente pra tomar conta de mim.

MC - A osteoporose, o senhor vem sentindo desde quando?
LG - Ela só foi localizada agora, aqui no Recife. O primeiro ataque dela foi no fêmur. E é por isso que eu estou usando essas gonzaguetes (mostra as duas muletas que utiliza para andar, ainda assim com bastante dificuldade). E dizem que fêmur é bicho muito atrevido, até hoje ninguém encontrou medicina que o dominasse.

MC - Faz mais ou menos um ano que o senhor vem sentindo os sintomas da doença?
LG - Não, isso faz muito tempo. Mas, eu só vim me interessar depois que comecei a sentir a obrigação de usar muletas. Agora, vem de muito antes.

MC - Eu me lembro que, durante algumas apresentações na televisão, o senhor sempre estava aparecendo sentado, pra poder segurara a sanfona
LG - Pois é, pois é. E nem sanfona eu toco mais, não dá mais. Eu já não gravo com sanfona há mais de dez anos. Depois que eu comecei encontrar sanfoneiros capazes, tocando melhor do que eu (e Dominguinhos foi o primeiro) e esses sanfoneiros começaram a declarar que eu tinha sido seu incentivador, seu mestre, aí eu digo: e o que é que eu tô fazendo aqui tocando sanfona de graça, se minha voz vale muito mais do que minha tecla? Aí, passei a usar esses meninos me acompanhando, com muito mais arte, mais graça. Ora, se nessas alturas, eu já passei a ser conhecido como um afortunado de tantos dotes dados por Deus, nada melhor do que distribuir com aqueles que estavam seguindo meu caminho com honestidade. Tem Oswaldinho, Dominguinhos, Valdones de Fortaleza, um garoto de 15 anos tocando magistralmente, um garoto rico e bonito. O Valdones tem até um estúdio em casa, o pai faz todas as vontades dele, o garoto ta numa carreira bonita. Quer dizer, por isso eu acredito que o forró não vá morrer. O baião não morreu, o forró, feito do baião... Então, eu acredito que essa música vai pra frente. Porque o Nordesta dá isso, oferecendo sua graça.
Sábado agora, eu botei cerca de vinte mil pessoas no Spázio, uma verdadeira festa, muito bonita, feita especialmente pra mim. Estavam lá Fagner, Elba Ramalho, Genivaldo Lacerda, Gilberto Gil, Dominguinhos, Alcimar Monteiro que ta indo muito bem, Jorge de Altinho...

Pedro Luís - Jorge de Altinho andou sumido um tempo, né?
LG - Não, Jorge de Altinho é o mesmo. É porque, de repente, o forró tornou-se...é...demasiadamente oferecido. Quer dizer, várias fábricas... A minha fábrica, por exemplo, gravou esse ano seis discos de forró. Então, é muita oferta. Mas, Jorge de Altinho sempre foi um cara pra frente e irá muito mais. Como ele é jovem, ele pode mudar para onde quiser. Mas, ele é fiel ao forró.

MC - O seu novo disco vai ser lançado quando?
LG - Logo depois do carnaval, que é quando se começa a lançar forró, uma música sugestiva, uma música quente, cheia de graça. Depois do carnaval até junho é com nós. Nós ocupamos o miolo do ano.

MC - A partir de quando, mesmo, não deu mais para o senhor segurar a sanfona?
LG - Eu vinha tocando, porque ela sempre foi o meu apoio e eu sempre gostei. Porque eu criei um estilo. Mas, além desses problemas que eu sofri,me apareceu uma doença na coluna, as viagens muito prolongadas, horas e horas viajando de automóvel. E eu ia controlando. Quando eu perdi o rebolado, mesmo, que localizei o problema... demorei um pouco... eu disse: vou dar uma de professor, vou avisar a meus colegas pra ter muito cuidado com o peso da sanfona.
Vá ver que quase todo sanfoneiro está hoje meio corcunda. Porque eu criei uma arte muito pesada. Nós não temos condições, aqui no sertão, de pagarmos orquestras nem instrumentos eletrônicos. E a sanfona é um instrumento do ar livre e ela resolve um baile a noite inteira, gostosamente, com o seu próprio som. E os caboclos sanfoneiros, forrozeiros, gostam muito do seu trabalho e tocam a noite inteira, incarriado. Estão entrando num cano deslumbrante, como dizia aquele pernambucano que escrevia no jornal sobre futebol, humorista, que escreveu peças de teatro, que é irmão de Mário Filho, jornalista primoroso...
Como era mesmo o nome dele? Isso, Nelson Rodrigues. Ele foi quem criou esse termo cano deslumbrante. Eu entrei num cano deslumbrante. Então, foi isso. Essa doença, que tá aumentando cada vez mais em nós, a coluna vertebral, que trouxe também para mim. Aí, eu não podia mais com o peso da sanfona. Fazia um ensaiozinho, uma coisinha, mas vinha logo a dor.

MC - O senhor lembra qual foi o último show em que o senhor tocou?
LG - Não, eu não gosto de lembrar. Porque, só de lembrar, eu sinto dor. (Gonzagão baixa a cabeça, faz cara de choro e fica alguns instantes em silêncio).

MC - A sanfona pesa quantos quilos, normalmente?
LG - Quando eu comecei a tocar, o peso normal dela era de 12 quilos pra cima. Aí, eu passei a prestigiar a sanfona nacional, porque eu tinha acesso à fábrica e lá eu dava as minhas idéias. Naquela altura, nós tínhamos uma espécie de umas 12 fábricas de sanfona. Hoje, só temos uma e se arrasta. E eu dizia: "Olha, gente, deixo um pedido aqui do velho sanfoneiro e tal... Nós estamos usando instrumento errado, com o peso discoforme para o nosso físico, pra o nosso clima, principalmente para nós, nordestinos, que é que mais usamos sanfona. Manera no peso. Eu quero mandar fazer uma sanfona aqui com nove, dez quilos..." E consegui, eles fizeram. É tanto que todas as capas dos meus discos são com fotos de sanfonas brasileiras. Mas, a sanfona de Dominguinhos pesa 16 quilos. E eu falo com ele: "Te cuida, Dominguinhos! Você é grossinho, mas vai afinas as pernas, vai entortar as pernas."Ta entortando. É muito peso, sabe?
Então, quando eu mi vi cantando sentado, eu aproveitava e fazia um pouco de apologia à sanfona e caía, justamente, nessa questão aí. Sim, porque os italianos eram os fabricantes de sanfona, não são mais, hoje já caíram fora. E o clima deles, já viu como é que é, né?... Clima frio. As comidas deles são saborosas, cheias de força. O físico deles é diferente, são sempre parrudos, mais do que nós... Por que, agora, a gente vai carregar o peso deles também? Isso eu falo no palco, quando estou bem disposto. Ou, quando tô sentindo dores, falo com raiva, né. Deus me deu o dom de falar, com a minha própria linguagem, despreocupado, sem medo de errar, porque o povo já sabe que eu não sou intelectual, então eu mando brasa. (Gonzagão ri gostosamente).

MC - Onde fica essa fábrica brasileira de sanfona?
LG - A única fábrica de sanfona, hoje no Brasil, fica no Rio Grande do Sul. Hoje, só tem a Universal. Essa fábrica não é dotada de bons técnicos. A que mais evoluiu foi uma chamada Todesquini. Mesmo assim, não agüentou, porque queria vender muito instrumento e não dava. Chegaram as guitarras eletrônicas, sanfonas eletrônicas e tal...

MC - Dá pra dar uma geral sobre o que vai ser o seu novo disco?
LG - Não, dá não. Porque eu só venho a decorar, mesmo, depois de gravar. É uma preguiça lascada.

PL - Será que é outra doença, essa preguiça?
LG - Não, é não... Eu vou gravar uma música conhecida, chamada Estrada de Canindé... Não... É, deixa lembrar... Sertão de Jequié, que foi gravada por Dalva de Oliveira. (Gonzagão canta. Primeiro, confunde a letra com os versos de Estrada de Canindé. Depois, acerta a letra e canta Sertão de Jequié inteira). Essa música é de Cléssio Caldas e Armando Cavalcanti, dois carnavalescos do Rio de Janeiro, que me deram dois grandes sucessos: um foi Boiadeiro, que é meu prefixo e sufixo (cantarola) e me deram outra também muito bonita, chamada Meu cigarro de palha (canta). Eu cantava também, mas nunca gravei, vou gravar agora.

MC - Nunca gravou Meu cigarro de palha?!
LG - Não, não... peraí... Nunca gravei Sertão de Jequié.

MC - Além de Sertão de Jequié, o resto do disco é tudo músicas novas?
LG - É. Tem uma de Antônio Barros, que eu gostei muito, chama-se Coração de pudim: Meu coração é feito de manteiga ou de pudim/Molim, molim, molim, molim/Falei com esse sujeito pra não me deixar assim/Molim, molim, molim, molim... É uma música de Antônio Barros, aqui de João Pessoa. Ele me deu também outro forrozim muito gostoso, chamado Lagoa do Amor (cantarola alguns versos).

MC - Com esse disco a ser lançado no próximo ano, são quantos discos gravados durante os 50 anos de carreira?
LG - São 55. Com esse que vai sair, são 56. (Gonzagão comenta o disco que gravou com Fagner. Pergunta a Edelzuíta se ela quer ouvir uma faixa, pede que a companheira coloque a faixa que mais gostou e ela escolhe Amanhã eu vou. Enquanto todos, na sala, escutam a música, Gonzagão cantarola baixinho e de cabeça baixa. No final, reage): Ô véio enxuto da molesta! Tô com 76 anos nas costas, com 74 eu gravei isso aí. Nunca fumei, apesar de gostar muito daquele cheiro; de fazer propaganda de fumo... Mas, pra que fumar? Só pra imitar os outros?!

MC - E beber?
LG - Beberiquei algumas besteirinhas. Adorava uma cerveja lascada. (Dirigindo-se ao fotógrafo Pedro Luiz, Gonzagão pergunta): Você é de onde?

PL - João Pessoa.
LG - Tinha que ser! Com essa cabeça de cangaceiro.

MC - Além do disco novo, quais os outros planos?
LG - Viver mais um pouco. Só. Show, mais não. Depois daquele show de anteontem! Foi uma coisa! Quinze ou vinte mil pessoas, e eu sentado lá no palco, vendo tudo isso e sem poder participar. Eu cantei Tropeiro da Borborema, que é uma das coisas mais bonitas de Raimundo Asfora, mas o bom da gente é a gente se sentir em condições de criar mais e ter a impressão que amanhã a gente pode criar um sucesso consagrador... Mas, eu já criei os meus, Asa Branca, Vozes da Seca, Baião, Luiz Respeita Januário... Pra onde é que eu vou mais? Eu me sinto completamente realizado. Mas, eu não gostaria de sair assim, carregado porque não tenho mais pernas. (Gonzagão fica alguns instantes e silêncio).

MC - Não tem mais pernas, mas tem uma grande voz. Vai ficar aí parado?
LG - Não, ainda tenho que fazer mais dois discos, por contrato. Além desse que vai sair o ano que vem, tem outro que ta pronto há dois anos e tudo indicava que ele não ia sair. Mas, só que tive uma coragem de leão em abandonar a RCA Victor aos 28 anos de serviço, 48 anos, 14 de março de 1941, quando eu entrei lá. Saí como um protesto e esse disco estava guardado lá, no fundo do baú. Terminei botando tudo pra fora, porque senti que a minha fábrica atual pode ganhar muito dinheiro com isso e eu não me incomodo que uma gravadora boa ganhe muito dinheiro comigo. Eu ganho o meu pouquinho e fico satisfeito, não chamo ninguém de ladrão. Eu quero é vender meu peixe.

MC - Por que o senhor deixou a RCA?
LG - Olha, é uma história tão escrota, tão podre, que eu nem gosto de contar. E eles estão aí, com três discos meus na praça: o Aí tem, o álbum e esse Amanhã eu vou. Então, eu vou ganhar uma nota muito boa e não quero dar uma de menino mal-agradecido, não tenho mais idade pra isso. Eu quero é me dar bem com as duas (gravadoras), eu quero é as duas brigando por minha causa. E a RCA vai levar vantagem, porque ela tem 48 anos de repertório meu. E a outra vai começar... Talvez isso seja até ruim, três discos na praça... A nova gravadora é a Copacabana, que foi muito leal comigo, foi tão bacana comigo. E eu desejo que as duas ganhem muito dinheiro comigo.

MC - Nenhum projeto para programa de televisão, apresentações?
LG - Nada, nada.

MC - Tá encerrando, mesmo? Uma vez, Dominguinhos disse que o senhor vai morrer no palco e que essa história de despedida era conversa, pois ele já tinha participado de um show de despedida sua, na década de 50.
LG - Em 1953? Será possível? Isso é conversa fiada, é o Dominguinhos me gozando. (Gonzagão dá uma gargalhada e pergunta): Já terminou? É, você sabe escrever, e aí vai dar pra você fazer sua reportagem. Você é de onde?....

Gravatá promove ações educativas no Dia Mundial de Luta Contra a Aids

A cidade de Gravatá, Agreste pernambucano, terá ações educativas hoje, para lembrar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. O evento vai acontecer na Praça da Matriz, a partir das 9 horas. A campanha também contará com palestras nas escolas e distribuição de panfletos informativos e camisinhas.


Central de Jornalismo
Helenivaldo Pereira