Foto: Arquivo
Na ultima sexta-feira (07) foi anunciada a inclusão de Santa Cruz do Capibaribe, juntamente com outras 39 cidades da região Nordeste e dos estados de Minas Gerais e Espirito Santo, de um projeto de desenvolvimento econômico e cooperativo.
Intitulado de “G20+20”, o projeto trata de um grupo de cidades que terão aporte financeiro para investimentos, sendo o banco o braço financiador onde, segundo as informações, colocaria sua carteira completa de linhas de crédito à disposição dos bons projetos apresentados.
A primeira reunião oficial desse grupo de cidades deve acontecer em novembro, em local ainda não divulgado. A matéria foi um dos destaques do jornal Diário de Pernambuco, que saiu tanto na edição impressa, como na digital. Confira a matéria na íntegra:
Os novos polos de aceleração
Foi criado ontem o G20+20, grupo de cidades – entre elas cinco pernambucanas – que vai receber auxílio especial para desenvolvimento
O Nordeste vai buscar uma estratégia extra para contribuir com o desenvolvimento estrutural da região. A ideia é movimentar as cidades de porte médio, que possuem economia dinâmica e sem os entraves típicos das regiões metropolitanas das capitais.
Foi criado ontem o G20+20, grupo que vai integrar as 40 cidades médias mais importantes do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo para trocar experiências de boas práticas de gestão pública, identificar demandas em comum para construção de pleitos mais sólidos e construir formas de viabilizar negócios e projetos integrando o setor privado. Cinco cidades pernambucanas estão no circuito: Caruaru, Garanhuns, Petrolina, Santa Cruz do Capibaribe e Vitória de Santo Antão.
O Banco do Nordeste, que gerou a proposta, será o braço financiador dos investimentos, colocando a carteira completa de linhas de crédito à disposição dos bons projetos. Os agentes do G20 20 já tiveram um primeiro encontro extraoficial ontem para definir a dinâmica das ações e a primeira reunião oficial do que será o G20 20 – Fórum de cidades médias acontece em novembro.
O presidente do Banco do Nordeste, Marcos Holanda, ressaltou que a pauta do G20 20 é de construir um ambiente que favoreça a gestão das cidades e que o setor privado seja colocado como um agente que pode contribuir para a solução de gargalos e em prol do crescimento. “Há um potencial claro nessas cidades, pela importância que têm para os estados e para as cidades vizinhas. Elas podem receber um gás para otimizar e potencializar a capacidade produtiva que é a vocação da cidade, como é o polo de frutas do Vale do São Francisco em Petrolina ou o polo têxtil de Santa Cruz do Capibaribe”, destacou. As cidades, inclusive, terão a missão de multiplicar as lições aprendidas durante as reuniões do grupo, para que o plano de desenvolvimento tenha volatilidade.
Sobre a possibilidade de oferecer juros mais favoráveis ou linhas específicas aos investidores das cidades do G20 20, Marcos Holanda descartou. “Não dá para oferecer dinheiro mais barato para essas cidades por questão de justiça com as outras, mas trabalhamos com linhas de crédito com condições muito atrativas e que dependem de bons projetos para serem viabilizados”, complementou, citando que somente uma das linhas de crédito, que deve ser a mais movimentada pelo perfil das cidades, o FNE Infraestrutura, tem à disposição R$ 11,4 bilhões. A infraestrutura urbana é um dos eixos principais do plano do grupo, principalmente via parcerias público-privadas em abastecimento de água e esgoto, rodovias e mobilidade, energias renováveis, entre outros.
O secretário de Finanças de Santa Cruz do Capibaribe, Roberto Soares, compareceu ao lançamento do fórum e achou válida a ideia, tanto para compartilhar sugestões como fazer a cidade “aparecer” para receber investimentos. “Temos um problema permanente na cidade que é produzir e rodar um polo de confecções sem abastecimento de água que atenda a nossa necessidade. Temos um fluxo de 50 mil pessoas em um único dia, no dia da feira da cidade, e que ficam travadas nos acessos do município. É um transtorno muito grande que a gente consegue reverter e continuar operando. É uma experiência que pode ser compartilhada para ajudar outras”, declarou.
O ponto positivo levantando pelo secretário foi a possibilidade de conseguir um apoio para levar o setor privado a investir na solução desses problemas de infraestrutura. ‘Esses dois setores são determinantes para uma indústria escolher investir em Santa Cruz do Capibaribe. Já perdemos alguns investimentos por não atendê-los. A questão da água vem sendo tratada com a proximidade das adutoras e que trarão água do São Francisco pela transposição, mas os gargalos de mobilidade ainda são fortes e travam os ganhos de mercado”, complementou. Além de Pernambuco, todos os outros estados enviaram representantes para ao evento, exceto Minas Gerais. Também participaram representantes do Ministério das Cidades, do BNDES e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Fonte: Diário de Pernambuco