Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
O Instituto de Polícia Científica (IPC) concluiu que a morte de quatro trabalhadores em um poço artesiano, em janeiro de 2017 no município de Barra de São Miguel, Cariri paraibano, ocorreu por falta de oxigênio. O laudo aponta que houve uma decomposição de matéria orgânica na água produzindo gases que expulsaram o oxigênio, causando asfixia nas vítimas. No laudo, divulgado nesta quarta-feira (26), os peritos responsáveis pelos exames encontraram cerca de 3,4% de oxigênio no local e onde o limite mínimo é de 19%.
No dia 12 de janeiro, quatro pessoas morreram e outras quatro foram socorridas se sentindo mal, depois de entrarem em poços na zona rural de Barra de São Miguel. As vítimas estavam fazendo uma limpeza nos poços quando tiveram um mal estar.
Envolvendo uma equipe multidisciplinar do Instituto de Polícia Científica (IPC) junto à UEPB e UFCG, a conclusão técnica pericial do laudo, feita pelo perito Robson Félix, afirma que “Os parâmetros demonstram que havia uma atividade bacteriana produzindo a decomposição da matéria orgânica, e gerando a produção de gases como metano e o dióxido de carbono que foi responsável pela expulsão do oxigênio do espaço confinado, o poço”.
A instituição federal de pesquisa em segurança do trabalho ficou interessada na pesquisa e vai começar um grupo de trabalho para criar protocolo, e difundir pelo Brasil para os trabalhadores rurais quais os procedimentos a ser adotado nesses casos.
Relembre o caso
No dia 12 de janeiro deste ano, quatro homens morreram e quatro foram socorridos em um poço artesiano de Barra de São Miguel, levados para o Hospital de Trauma de Campina Grande. Uma das vítimas, Luciano Costa, disse que não lembra de nada, apenas de ter corrido para ajudar e ter inalado um gás que o fez perder a consciência e quando acordou já estava no hospital.
Segundo as informações do Corpo de Bombeiros de Campina Grande, os poços têm cerca de 10 metros de profundidade. “O poço tem aproximadamente 10 metros e quando se está fazendo alguma atividade por longo período é comum faltar oxigênio. E se a pessoa não sair em tempo hábil vai perder a consciência”, disse o sargento Eugênio.
Com G1PB