Com informações de Valéria Oliveira, repórter do JC
Nove armas e diversas munições foram apreendidas na operaçãoFoto: Valéria Oliveira/JC
O vereador Cícero Fernandes da Silva, morto em março deste ano em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, era um dos chefes da quadrilha responsável por praticar homicídios no município. A informação foi repassada pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (11) para divulgar os detalhes da Operação Paz no Sertão, deflagrada na última quinta (7). Ao todo, quatro pessoas foram presas e outras quatro estão foragidas.
Ainda no dia da operação Paz no Sertão, a polícia divulgou a prisão de Luciano de Souza Soares, Cícero Valdevino da Silva e Georgenes Alves Pereira, todos policiais militares, sendo os primeiros de Pernambuco e o último da Paraíba. Além dos PMs, uma quarta pessoa, identificada como Renato Rodrigues da Silva, foi presa na última quinta-feira.
Georgenes Pereira foi apontado como mandante da morte de Cição, como era conhecido o vereador, já que o grupo do político teria assassinado o irmão do PM. "O crime foi puramente motivado por vingança. No ano passado houve alguns homicídios, e as pessoas que tiveram parentes mortos por esse grupo criminoso decidiram se unir para matar o principal chefe da organização, que era o vereador", explicou o delegado Guilherme Caraciolo, responsável pelas investigações.
Presente na coletiva de imprensa, o secretário de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, Alessandro Carvalho, afirmou que todos os PMs envolvidos serão punidos.
Nove armas e diversas munições foram apreendidas na operação. Na Paz no Sertão, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em solo pernambucano, com a participação de 193 policiais civis e 56 policiais militares. A Polícia Civil espera concluir o inquérito dentro de 60 dias.
INSEGURANÇA - Moradores de Serra Talhada estavam assustados com a onda de homicídios na região, uma vez que, desde janeiro até o fim de abril, nove assassinatos haviam sido registrados na cidade.
Segundo o delegado Francisco Océlio, que compôs a Força Tarefa designada para investigar as mortes, os criminosos intimidavam os moradores com ameaças. "O medo se instaurou em Serra Talhada. Ninguém se propôs a dar depoimento. Nem mesmo as famílias das vítimas deram informações relevantes para a investigação. Muitas pessoas foram ameaçadas por esse grupo", explicou.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) chegou a enviar reforço policial para conter o clima de insegurança gerado na cidade. A sequência de crimes, inclusive, gerou especulações de que haveria uma lista de pessoas "marcadas para morrer" em Serra Talhada, o que foi descartado pela polícia.