O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), que promove, no próximo dia 27, naquele município, um ato para confirmar o interesse das lideranças sertanejas pela candidatura da vereadora Marilia Arraes ao Governo do Estado, está surpreso com tamanha adesão à iniciativa. De tanto receber manifestações favoráveis e confirmações de lideranças de todas as regiões, foi obrigado a transferir o local da Câmara de Vereadores para um ginásio de esportes.
Segundo ele, o espaço da Câmara ficou pequeno para tamanha demanda e por isso mesmo a decisão de dar um suporte mais adequado para que o brilho e a repercussão sejam bem maiores. Duque está satisfeito e entusiasmado na condição de anfitrião, mas faz a ressalva de que o ato não tem como objetivo colocar a faca no pescoço da executiva estadual para acolher a tese da candidatura própria ou mesmo de prévias, já que existe outro nome colocado – o deputado estadual Odacy Amorim.
“O que nós queremos e temos todo o direito é defender um nome que tem viabilidade, que vem ganhando aderência no Estado e levando o PT a buscar de fato uma saída inteligente e proativa para o partido caminhar em faixa própria". Há rumores – e até conversas extraoficiais também – de que o PT estaria propenso a se realinhar com o PSB – leia-se neste caso o apoio à reeleição do governador Paulo Câmara.
Isso em função de uma imposição da executiva nacional do PT. Candidato ou não ao Planalto, o ex-presidente Lula vai querer interferir em vários estados para ter o PSB como aliado e Pernambuco não é uma ilha. Neste caso, a candidatura de Marília vai por água abaixo, apesar do entusiasmo de muitos adeptos do seu projeto, que ganha aderência também nos movimentos sociais, refratários a todo e qualquer entendimento com o PSB.
De qualquer forma, o ato de Duque, por si só, já dá um balanço no PT, força a discussão da tese da candidatura própria e aponta, igualmente, um novo caminho para o partido, que esteve alinhado ao PSB por uma estratégia bem articulada pelo ex-governador Eduardo Campos. Tira, por fim, o PT do isolamento, podendo atrair, inclusive, o apoio de outros partidos de esquerda. Ao mesmo tempo, Duque força o G-4 - PSDB-PMDB-DEM e PTB - que se tentam a unidade da oposição, a agilizar a escolha do nome entre Armando Neto, Mendonça Filho, Bruno Araújo e Fernando Bezerra Coelho.