domingo, 28 de abril de 2013

Precisamos colocar os pingos no "is"


Tem muito i sem pingo na política santacruzense, não entendo como um desentendimento de uma reunião interna entre vereadores e prefeito, ganha repercussão na mídia, quem soltou a informação?

Talvez esteja na hora do prefeito reavaliar quem são de fato as pessoas de confiança do seu governo, governo este, que aparentemente tem deixado muitas peças soltas, causando assim problemas que surgirão em um futuro próximo.

Vamos ao novo; Em Santa Cruz do Capibaribe se criou um novo cargo publico trata-se do vereador-secretário talvez não haja nada de ilegal, mas é no minimo estranho ver um parlamentar exercendo o papel de secretário e vereador ao mesmo tempo.

Já o Sistema de Defesa da Criança e do Adolescente em Santa Cruz do Capibaribe simplesmente travou, não vejo mais ações do Conselho Tutelar tampouco do Comdeca que aliás na gestão passada fez uma belíssima campanha contra o crack, destaco aqui a ausência destes órgãos no caso do menor trabalhando no Parque Florestal "Não sou contra o trabalho, para mim ele dignifica o ser humano em qualquer idade", mas o caso ganhou repercussão na imprensa local e nada foi publicado pelos órgãos competentes.

Para finalizar, vejo como positivo o fato do governador Eduardo Campos ter opositores em Santa Cruz do Capibaribe e até parabenizo a coragem dos vereadores, mas gostaria de saber como fica a situação do PT municipal? recebi a informação que um dos vereadores que rompeu com o governador, é o presidente municipal do PT. E ae o PT municipal também rompeu com o governador?

Ainda temos muitos pingos e muitos is, até a próxima pessoal!

Acesso ao plenário da Alepe, a partir de segunda, estará restrito aos deputados

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A partir da próxima segunda-feira, dia 29, apenas os deputados poderão circular pelo plenário da Assembleia Legislativa, segundo informou hoje (26) a assessoria do presidente Guilherme Uchoa (PDT).
A proibição para que jornalistas e outros profissionais de imprensa circulem pelo local foi determinada pela Assistência de Preservação do Patrimônio Histórico do Poder Legislativo.
Segundo ela, a estrutura da edificação exige a redução do fluxo de pessoas no prédio principal do Poder Legislativo, em especial no Plenário e no Salão Nobre, porque o piso é de madeira e data da época da construção do edifício, que acaba de completar 178 anos.
Desta forma, segundo a Assessoria de Comunicação, a circulação na área do Plenário ficará restrita aos deputados nas reuniões ordinárias.
Jornalistas poderão entrevistar os parlamentares, assim como tirar fotografias, na Galeria de Imprensa, cujo acesso, que antes era feito pelo Salão Nobre, passará a ser realizado pela porta lateral na fachada do prédio.

O que Ariano Suassuna falou a respeito do forró atual Vale a pena!


‘Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma plateia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando- se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo est tico. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na plateia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna