O candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), fez uma visita rápida à Caruaru, no Agreste, na noite desta sexta (27) para conhecer os festejos juninos da cidade. Ao desembarcar no aeroporto Oscar Laranjeiras, o senador mineiro foi abordado por jornalistas e em seguida questionado sobre as recentes pesquisas de intenção de voto, onde a oposição tem mostrado um notável crescimento diante da queda da presidente Dilma Rousseff e o quadro político em Pernambuco.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista:
Enquanto parte da população não vota no ex-governador Eduardo Campos como também não votam em Dilma, de que forma pretende conquistar eleitores no Estado de Pernambuco, diante de um quadro político tão complicado?
Em primeiro lugar dizendo a verdade em todas as discussões que nós temos tido ao logo desses últimos meses, há uma preocupação central na nossa proposta que será discutida com os brasileiros, com o nordeste do Brasil. Eu governei por oito anos Minas Gerais, um Estado que tem, para orgulho nosso, um nordeste dentro do nosso território com os mesmos indicadores de desenvolvimento humano aqui do Nordeste. E eu terminei meus oito anos de mandato investindo três vezes mais per capita nessa região do que nas regiões mais ricas do Estado. E é isso que nós pretendemos fazer no Brasil. Porque tratar as regiões diferentes, no ponto de vista do desenvolvimento econômico, é diminuir as igualdades.
Eu não tenho dúvidas de que esses debates que temos feitos nos permitirá apresentar aqui mesmo na região, não apenas em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e outros Estados do Nordeste, o mais bem elaborado programa de desenvolvimento pra região. Vamos dar um choque de infraestrutura no Nordeste brasileiro, que ele é essencial para que haja maior competitividade daqueles que produzem na região. E obviamente nas questões sociais vamos avançar nos programas que já existem e mais do que isso, qualificar o gasto público. Não há nenhuma medida de maior alcance social em qualquer sociedade, do que a boa aplicação do dinheiro público com transparência e metas.
Como explicar o leve crescimento da oposição nas últimas pesquisas de intenção de voto e a queda da presidente Dilma Rousseff?
Acho que é um cansaço generalizado em relação a um governo que promete muito e entrega muito pouco. Um governo que mostra pouco compromisso com a ética, a decência, haja vista o que vem acontecendo as empresas públicas como a Petrobras. O governo da presidente Dilma fracassou na economia, ao nos deixar como herança o pior crescimento entre todos os países da região e o retorno da inflação. Na infraestrutura, o Brasil se tornou um cemitério de obras inacabadas como a transposição do São Francisco e a trans nordestina, a refinaria Abreu e Lima. Obras que se iniciam sem planejamento, o sob-preço é constante, essas obras estão orçadas no mínimo duas ou três vezes do que era inicialmente e estão no meio do caminho porque o governo tem a incapacidade de gestão como uma das suas principais marcas.
Na educação, nós estamos nos piores indicadores em todas as pesquisas feitas ao redor do mundo. Na saúde a omissão do Governo Federal é crescente. O governo do PT quando assumiu há onze anos investia 56% de tudo que se gastava na saúde pública. Onze anos se passaram e o financiamento em vez de aumentar, diminuiu, com apenas 45% que vem da União e quem paga a conta são as prefeituras que não gasta menos do que 28% da sua receita em saúde. Na segurança pública, com essa disseminação do crack e das drogas, a omissão do Governo Federal é criminosa, porque 87% do que se gasta com segurança no Brasil, vem dos estados e municípios e apenas 13% da União. Os municípios brasileiros cansaram de ser pedintes e dependerem da boa vontade de um governo que hoje não tem mais um projeto de país e apenas de poder.
Se as pesquisas confirmarem Aécio Neves e Dilma Roussef para um segundo turno nas eleições, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, o apoiaria?
Eu tenho enorme respeito pela candidatura do governador Eduardo Campos, ele é um competidor muito respeitado, tem todas as condições de estar no segundo turno, porque ninguém tem lugar cativo no segundo turno. Nem a própria presidente da república, ela vai ter que, no momento que os debates começarem, ela vai ter que explicar muita coisa que os brasileiros vão querer saber o porquê que anda tão mal. Então, eu respeito Eduardo, sempre o saúdo aonde posso a chegada dele no campo oposicionista. Eu como presidente do maior partido de oposição, eu tenho que saudar aqueles que compreendem que esse modelo que está aí faliu. No que depender de mim, vamos fazer um debate a altura da tradição da melhor política brasileira.
O PTB em Pernambuco, que tem como candidato o senador Armando Monteiro Neto como candidato a governador do Estado, não apoia sua candidatura como a nacional apoia. Como avalia isso?
Essa já uma decisão antiga do partido, tenho uma relação respeitosa com o senador Armando Monteiro, colega no senado federal. O que acontece no Brasil hoje, é que as realidades estaduais tem vida própria; você vai encontrar em praticamente todos os Estados brasileiros alianças regionais que não seguem a lógica da aliança nacional. O que posso dizer é que hoje eu estou extremante honrado de ter tido o meu nome aprovado por aclamação na convenção nacional do PTB como candidato a presidência da república. Porque nós do campo oposicionista que não temos ministérios para oferecer, cargos públicos para angariar votos ou minutos na propaganda eleitoral, tenho que dizer que a nossa construção política me agrada muito.
ao lado de Aécio na cidade de caruaru o deputado federal bruno Araújo e os prefeitos das cidades de jataúba e brejo da madre deus?