terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pernambuco precisa de um maior número de transplantes de fígado

Imagine depender do fígado de outra pessoa para ter chances de sobreviver. Pois é esta a situação de 153 pernambucanos que esperam na fila de transplante. E o pior: este mês foi feito apenas um transplante de fígado no estado.Qualquer um pode entender a situação de Maria da Conceição. Basta se colocar no lugar dela. Há três meses, ela pediu demissão, deixou o filho caçula sozinho em São Paulo, e veio para o Recife com o filho mais velho, Sidnei Borges, que precisa de um transplante de fígado.“É muito triste ver um filho assim. Cada dia a situação física dele piora, devido a esse transplante que precisa ser feito. E a gente não vê resultado, não vê esse órgão chegar e transplantar”, disse.Outro exercício: tente se colocar, agora, no lugar de Sidnei. Há dois anos na lista de espera, ele perdeu 10 quilos, oito centímetros de altura, a resistência muscular por completo e 65% da massa óssea. Ou seja, aos 22 anos, tem os ossos de um homem de 60 anos. Sidnei sabe que já perdeu muito, mas não o principal. “Não desisto nunca. Tem que ter fé, senão piora. A saúde depende disso também. Estou firme ainda”, falou.Na fila de espera do hospital Osvaldo Cruz, uma das unidades de referência para transplante deste tipo no País, estão 153 pessoas. E as doações não estão dando conta de tanta gente. Este mês, apenas uma foi feita em Pernambuco. Se considerarmos de janeiro até agora, foram 52 transplantes – 16 a mais que no mesmo período do ano passado. No entanto, ainda não há o que comemorar. Em 24 do total de doações, o fígado veio de outros estados. Para cirurgias tão complexas, temos toda a tecnologia, mas nos falta o principal.“É preciso que haja uma maior sensibilidade dos profissionais de saúde, para comunicar a central de transplantes e tentar gerar mais possibilidades de doações. Também é importante que a população entenda a necessidade de doação”, explicou o chefe da equipe de Transplante do hospital Osvaldo Cruz, Cláudio Lacerda.Para a coordenadora da Central de Transplante, Zilda Cavalcanti, é preciso ampliar um trabalho que já vem sendo feito: a capacitação de médicos e enfermeiros, na capital e no interior.“É necessário que a sociedade, como um todo, se comprometa. A mídia tem a sua função. Existem vários setores, como esportes e cultura, que pode fazer um trabalho de divulgação do tema”, afirmou.SERVIÇO:Central de Transplantes - 0800 281 2185.

Fonte: pe360graus.com

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