terça-feira, 14 de setembro de 2010

PF vai analisar denúncias sobre tráfico de influência na Casa Civil

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, determinou nesta segunda-feira (13) que a Corregedoria Geral da PF (Coger) comece a fazer uma análise das denúncias de suposto tráfico de influência que envolvem a ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.

A edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma que o empresário Fábio Baracat participou de reuniões com Erenice, intermediadas pelo filho da ministra, Israel Guerra, dono da consultoria Capital. A finalidade, segundo a publicação, era fechar um contrato de prestação de serviços entre a empresa e os Correios.

A análise das denúncias, segundo a assessoria da PF, tem a intenção de verificar se é da competência da polícia investigar o caso. Se houver indícios da participação da ministra da Casa Civil nas irregularidades, a invetigação passaria a ser acompanhada pelo Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta segunda-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, solicitou à Comissão de Ética Pública da Presidência da República a instauração de procedimento para apurar a sua conduta em relação às notícias publicadas pela revista "Veja".

Em ofício encaminhado à comissão, Erenice diz estar disposta a abrir os seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, se necessário, bem como os de seu filho Israel Guerra. "Coloco-me à inteira disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários e que possibilite a verificação necessária por essa Comissão de Ética da conduta desta servidora pública", diz trecho do ofício.

Ela anunciou ainda que pretende processar a revista. O advogado da publicação informou que só vai se pronunciar sobre o caso quando a ação for ajuizada.

Compromissos políticos
De acordo com reportagem da revista “Veja”, o filho de Erenice Guerra ter cobrado uma propina de 6% do empresário Fábio Baracat para intermediar a operação da MTA com os Correios. A publicação diz que o valor seria destinado a saldar “compromissos políticos”.

Além da suposta propina, intitulada "taxa de sucesso", assessores da Casa Civil teriam exigido pagamentos mensais, diz o texto. A revista afirma que o contrato entre a empresa de transporte aéreo e os Correios totalizou R$ 84 milhões e que, com a intermediação, o filho da ministra obteve R$ 5 milhões.

Nesta tarde, o assessor da Secretaria-Executiva da Casa Civil, Vinícius de Oliveira Castro, pediu exoneração do cargo. Ele foi citado na reportagem da revista como participante de um suposto esquema para beneficiar empresas com contratos no governo. Vinícius declarou que "repudia todas as acusações".


Fonte: G1

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