quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Lafepe inicia produção de remédio infantil contra doença de chagas

O Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) divulgou que está produzindo o remédio Benznidazol para as crianças. Antes ele era fabricado apenas para os adultos.

O Lafepe é o único laboratório público do País a fabricar o Benznidazol. A produção anual chega a 12 mil caixas, mais de 1,2 milhão de comprimidos. O remédio é usado no tratamento dos pacientes com doenças de chagas. O Ministério da Saúde faz a distribuição não só no Brasil como em outros países da América Latina.

Até então a fabricação se restringia às dosagens de adultos, mas depois de três anos de estudos, o Lafepe vai começar a desenvolver também a versão pediátrica.

“Por ser uma doença negligenciada, nós sabíamos que teria que ter uma dosagem pediátrica, pois o medicamento usual do adulto era fracionado em 12 vezes para ser administrado nas crianças”, informou o presidente do Lafepe, Luciano Vasquez.

As pesquisas terminaram. O laboratório espera agora a liberação do registro por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para começar a produzir e comercializar o medicamento. É possível que no primeiro semestre de 2011 o remédio já esteja a disposição dos pacientes.

“A importância do desenvolvimento desse medicamento pediátrico é a garantia do tratamento com segurança em relação à dose”, disse a coordenadora de pesquisa do laboratório, Flávia Moraes.

A doença de chagas é uma infecção causada por um parasita e transmitida pelo barbeiro. Febre alta e prolongada, dor de cabeça e inchaço no rosto e nas pernas são os principais sintomas. A doença pode evoluir para um quadro crônico e provocar complicações no intestino e no coração. O Brasil tem mais de três milhões de pessoas infectadas, de acordo com o Ministério da Saúde.

A falta de apoio aos pacientes é a principal queixa dos portadores de chagas. Representantes de associações de várias partes do mundo estão reunidos em Olinda para discutir formas de melhorar o atendimento. Nesta quarta-feira eles decidiram criar uma federação internacional que vai dar apoio aos doentes.

O médico David Souza explixou que a doença foi disseminada com a globalização: “a doença era restrita às áreas rurais e às Américas. Com a globalização ela se espalhou pelo mundo e ficou cada mais urbana. Muitas pessoas morrem sem saber que tinham a doença”.


Fonte: pe360graus.com

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