sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Clínica psiquiátrica deixa de funcionar em Caruaru após mais de 40 anos de existência

Em um numero bastante reduzido são poucas as casas psiquiátricas que funcionam nas cidades do interior. Conhecidas como Santas Casas, os hospitais acolhem doentes mentais que precisam de uma assistência diferenciada. Em 1991, o Brasil através do Sistema Único de Saúde (SUS) assina a “Declaração de Caracas” que se compromete a oferecer o serviço para o tratamento; fornecer um ambiente digno e não um lugar de martírio e por fim resguardar e ampliar os direitos das pessoas com transtornos mentais.

Diante de tal situação, a única Clinica Psiquiátrica em Caruaru, que funciona há mais de 40 anos, localizada na Avenida Cleto Campelo, vive um dilema: o contrato da prestação de serviço que é oferecido pelo SUS termina no próximo dia 17 de setembro.

A Clínica abriga 120 internos que recebem acompanhamento médico e psicológico. O local é referência para outras cidades do Agreste. “Nós não sabemos o que fazer, já procuramos o Ministério Público para que a Prefeitura de Caruaru possa intervir na renovação do contrato”, falou Valquíria Florêncio – irmã de um paciente que está há 10 anos na clínica.

Familiares encaminharam um ofício a Secretaria de Saúde do município, datado de 13 de maio que alertava sobre o fechamento da clínica, entretanto sabe-se que a propriedade é particular e que até o momento não existe um local para acomodar os pacientes, e também não se pronunciou sobre tal problema.

Embora a cidade de Caruaru ofereça o serviço de atendimento nos CAP’s (Centro de Atenção Psicossocial) o local não é apto para receber os pacientes para internação, principalmente para os pacientes crônicos, indagou Valquíria.

Diante do dilema e do prazo que se esgota, familiares dos internos da clínica realizam nesta sexta-feira (19), às 8h, um protesto no prédio da prefeitura de Caruaru, com faixas e cartazes no intuito de chamar atenção da sociedade e cobrar uma solução para o problema. “Nós queremos saber o que pode ser feito para garantir o tratamento e o internamento dos nossos familiares”, questionou.

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