sábado, 4 de agosto de 2012

Professores da UFPE e URFPE rejeitam proposta e mantêm greve


Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) votaram, nesta sexta-feira (3), e rejeitaram a proposta de reajuste do governo federal. Participaram da assembleia da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, 180 professores, dos quais 155 votaram contra a proposta do governo.
Na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a assembleia aconteceu nesta manhã, na sede da Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe). De acordo com o professor Juvenal Fonseca, tesoureiro geral da Aduferpe, 90 professores compareceram ao encontro e apenas um voto foi favorável ao encerramento da paralisação.
O número maior de docentes participando da assembleia da UFPE demonstra um maior engajamento da classe, acredita o professor José Luiz Simões, presidente da Adufepe. "Tínhamos pouco mais de 130 professores na última. O governo federal subestimou a força do nosso movimento e estamos mostrando que estamos cada vez mais unidos", afirma Simões.
O professor lembra ainda que o aumento de 4% dado neste ano estaria dentro da proposta de reajuste do governo federal. "Nosso último aumento foi em 2010. Eles querem dar 25% até 2015. Se você divide essa porcentagem pelos cinco anos, dá menos que a inflação, que foi de 6% ano passado. O que a gente quer é a inflação mais 1% ou 2% e uma carreira lógica", explica.
A assembleia reiterou ainda o apoio ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino (Andes), ao qual a Adufepe é ligado e que rejeitou também a proposta do governo federal. "A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) não representa a vontade da maioria dos professores. Se o governo assinar o acordo com o Proifes, está assinando com um sindicato que representa menos de 5% dos docentes e essa greve não vai terminar", diz Simões.
A próxima assembleia da Adufepe está prevista para a quarta-feira (8). Como o calendário de aulas está suspenso, Simões lembra ainda que somente após término da paralisação é que o calendário acadêmico será reprogramado. "Com o atual impasse, acredito que o segundo semestre só deva começar em outubro ou novembro", avisa o professor.
O reajuste
O termo de acordo proposto pelo governo federal assegura a todos os docentes um reajuste de pelo menos 25% sobre a remuneração de março, quando houve aumento de 4%. Para os professores titulares, o índice atinge até 40%. Os valores serão pagos em três parcelas, nos anos de 2013, 2014 e 2015.
Pela tabela apresentada pelo Ministério do Planejamento e pelo Ministério da Educação, um professor titular, com dedicação exclusiva, passa de R$ 12.225,25 para R$ 17.057,74 ao se completar a aplicação do índice.
Esta é a segunda e definitiva proposta apresentada, de acordo com o governo. Pela anterior, onde os reajustes partiam de 12%, o custo seria de R$ 3,92 bilhões e o pagamento ocorreria nos meses de julho. Agora, com os novos índices, o impacto no Orçamento da União é de R$ 4,2 bilhões. Além disso, a aplicação dos índices foi antecipada para março de cada ano.

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