O
equipamento que transforma água salgada em líquido com qualidade praticamente
mineral foi instalado em Riacho das Almas há 25 anos
Riacho das Almas conta com uma tecnologia bastante
eficiente para dar assistência à população da zona rural, no que se refere ao
abastecimento de água. O município conta com 13 dessalinizadores em
funcionamento. O equipamento transforma água salgada em água doce através de um
processo de filtragem e tratamento da água. Um dos primeiros dessalinizadores
instalados no Nordeste fica no Sítio Pau Ferro, na zona rural de Riacho das
Almas. De acordo com Severino Nino, que é operador do dessalinizador, o equipamento
foi instalado na comunidade no ano de 1988, quando Miguel Arraes ainda era
governador de Pernambuco.
Severino explicou que antes do dessalinizador, muita
água doce não era aproveitada. “Antigamente eram umas torneiras em um chafariz,
e muita água era desperdiçada.” Há seis anos, foi instalado um sistema com
fichas que são liberadas para os agricultores da região para que eles possam
retirar a água potável. São liberados, por dia, dois galões de água. A ficha é
colocada na máquina que libera o fluxo de água por um minuto, tempo suficiente
para encher os galões que as pessoas levam até o local. Mais de 100 famílias de
sítios da região são beneficiadas. “As pessoas vêm de Sítios como Vila Nova,
Pau Ferro, Couro D’Antas, Pinhões, Rendeiro, Lagoa do Algodão e Estaleiro para
pegar água doce aqui. Com o sistema de fichas, melhorou 100% a distribuição da
água”, ressaltou Severino Nino.
Para o agricultor Aparecido Luiz Gomes, que todas as
tardes vai buscar água do dessalinizador, o equipamento ajuda muito. Ele usa a
água do dessalinizador para beber e cozinhar. “É quase água mineral. Essa água
aqui é boa demais. Se não fosse esse poço, iria ficar muito ruim pra gente,
porque seria necessário comprar água pra beber, e a gente não tem condições
para isso.”, comemorou ele. Por conta da estiagem, Aparecido compra água da
barragem de Jucazinho para uso doméstico e para cuidar das duas vacas que tem.
“Para as outras coisas, eu compro dois mil litros de água por semana. Compro
mil litros de água da barragem por R$ 10.” Explicou.
O sistema funciona da seguinte maneira: um poço
artesiano é perfurado, a água bruta vai para outro reservatório, passa por um
sistema de filtragem, tratamento e pressurização, e a água salgada é separada
da água doce. A primeira é depositada em uma cisterna e posteriormente
descartada. A segunda, ideal para o consumo, é armazenada em uma terceira caixa
d’água, e liberada por intermédio das fichas duas vezes ao dia, de manhã e à
tarde. No poço artesiano do Sítio Pau Ferro, a vazão de água bruta é de 6.500
litros por hora. Metade desta água é transformada em água doce, com qualidade
mineral.
Segundo o operador do equipamento, cada litro de água
tem aproximadamente 10 gramas de sal, que é totalmente retirado com o
tratamento.
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