Fogo Cruzado

Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 21 de maio

Foi adversa, nos últimos 15 dias, a caminhada do PSB em direção à candidatura própria à presidência da República. Há um visível esforço do Planalto para tentar impedir que Eduardo Campos seja candidato. Tiraram o PSD de Gilberto Kassab do seu rol de alianças, oferecendo-lhe o Ministério das Micro e Pequenas Empresas, tentam impedir que Marina Silva organize a sua Rede Sustentabilidade e estimulam o ministro Fernando Bezerra a “peitá-lo” na convenção nacional do partido.

Além disso, “roubaram-lhe” o empresário José Batista Júnior, do grupo Friboi, que seria o candidato do PSB ao governo de Goiás, empurrando-o para o PMDB. E tentam evitar que o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), suba no palanque do socialista. Para completar, delegaram ao ministro Fernando Bezerra Coelho, indicado para o cargo pelo próprio Eduardo Campos, a ingrata missão de convencer os governadores do partido a rejeitarem a tese da candidatura própria.

Não é uma tarefa difícil, diga-se de passagem, porque os estados estão sem recursos e dependem do governo federal para fazer investimentos. Porém, a pior notícia da semana para o PSB foi o discurso do senador José Agripino (DEM) na convenção do PSDB, prometendo apoio a Aécio Neves, quando esse partido parecia fechado com Eduardo Campos. E o deputado Roberto Freire (MD), que também parecia comprometido com esta causa, já não parece mais tão firme como antigamente. Está indeciso.

Comando 1 – O coronel Luiz Aureliano não é mais o comandante-geral da Polícia Militar. Desentendeu-se com o secretário de Defesa Social, Wilson Damásio, e entregou o cargo. Será substituído, hoje, às 17h, pelo coronel Carlos Pereira, comandante do 5º Batalhão (Petrolina).

Comando 2 – Aureliano desentendeu-se com Damásio porque não foi ouvido nas promoções da PM (mês de abril). Além disso, o secretário de Defesa Social substituiu alguns oficiais que não alcançaram as metas do “Pacto pela Vida”, sem ouvir o comando. E Aureliano não gostou.

A saída – Assim que teve o nome aprovado pela Assembleia Legislativa para substituir Romário Dias no TCE, o ex-deputado Ranílson Ramos encaminhou o seu pedido de desfiliação do PSB ao presidente Sileno Guedes. Ele era da executiva estadual desde que o partido passou a ser liderado em Pernambuco por Miguel Arraes, excetuando-se o curto período que passou no PPS.

O palanque – Gonzaga Patriota (PSB) explicou ontem no Recife por que não está apoiando Jetro Gomes (PSB), e sim Eliana Costa (PSL), para prefeito de Santa Maria da Boa Vista na eleição do próximo dia 7: “Jetro está inelegível e vai colocar uma sobrinha em seu lugar a 48h da eleição. E Eliane e o marido dela, Rogério Júnior, que já foi prefeito, sempre votaram comigo”.

A conversa – O vice-governador João Lyra Neto (PDT) saiu animado da conversa que teve anteontem, no Recife, com o senador Armando Monteiro (PTB) sobre a política local e nacional. Ambos são pré-candidatos a governador e sonham com o apoio de Eduardo Campos.

Sem política – Dilma deu conotação estritamente administrativa à visita que fez ontem a Pernambuco. Embora tenha recusado um almoço em privado com Eduardo Campos, ela não fez nenhum gesto de hostilidade ao governador tal qual se viu na visita feita a Serra Talhada (25/3).

A missa – Devoto de Nossa Senhora da Conceição, Gonzaga Patriota (PSB) deixou o Recife às 4 horas da manhã do último domingo para assistir a uma missa em Bonito na… Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Chegou às 6h e sentou no último banco. Mas foi reconhecido pelo padre na hora da comunhão e não teve como escapar da exposição pública. O padre chamou-o ao altar.

As ausências – Para provar com fatos, e não com palavras, que sempre dividiu o tempo do PDT, na TV, com os líderes do partido, o presidente regional e prefeito de Caruaru, José Queiroz, não apareceu nas inserções que foram ao ar no final de semana, assim como o filho, Wôlney, que é deputado federal.

O comitê – Partidário da candidatura de Armando Monteiro (PTB) a governador, o ex-prefeito de Sanharó, Geovane Freitas (PTB), transformou o escritório de consultoria que tem Arcoverde num comitê informal do senador. Ele diz que com Armando à frente do governo “Pernambuco estará em boas mãos”.