No Dia Mundial da Coluna, ortopedista lista principais vilões e dá dicas de como combater cada um deles
Ela é tão importante que ganhou até um dia. No entanto, as pessoas tendem a não se preocupar com ela, até sentir alguma dor. Muito mais do que alicerce, a coluna vertebral une as estruturas do corpo. Tamanha importância tem um preço: uma vez negligenciada, ela tende a adoecer de tal forma que pode levar até a incapacitação. "A nossa coluna começa a sofrer processos degenerativos a partir da segunda década da vida, devido à necessidade de compartilhar duas funções mecânicas antagônicas: sustentar o peso do tronco e ao mesmo tempo ser flexível", explica o ortopedista e coordenador do Grupo Grupo de Cirurgia de Coluna Minimamente Invasiva do Hospital S. José da Beneficência Portuguesa (GCCMI), Dr. Pil Sun Choi.
Abaixo, o médico explica quais são os principais vilões da saúde da coluna e como evitá-los.
ESTRESSE
O estresse faz uma revolução no corpo humano, pois gera uma situação de alerta no organismo. Durante uma situação de tensão, há grande liberação de substâncias excitatórias e inibitórias na circulação sanguínea para maximizar a defesa e fuga. Essa mobilização reduz a circulação em estruturas como a coluna, prejudicando a resistência e capacidade de regeneração desta estrutura. "Pessoas em situação de constante estresse tendem a apresentar dores articulares, na coluna e nos músculos. Pode-se afirmar que em 25% dos casos a causa única da dor na coluna é o estresse", esclarece o ortopedista.
Com o ritmo de vida agitada, é difícil, mas não impossível evitar o estresse: adotar uma alimentação balanceada, dormir melhor e fazer exercícios físicos são essenciais, mas medidas simples como prestar atenção na respiração, manter uma boa autoestima e se desconectar de vez em quando também podem ajudar a acalmar a mente.
SEDENTARISMO
A vida, atualmente, é mais prática. O controle remoto evita a locomoção até a TV, a internet possibilita encontros virtuais e desfavorece os presenciais, as funções no mercado de trabalho estão cada vez mais concentradas em ambientes de escritórios condicionados, sem grande necessidade de movimento. A falta de atividade física pode ser extremamente nociva para a coluna. Isso por que o sedentarismo interfere no metabolismo do disco intervertebral, que precisa de movimento para manter o equilíbrio vital das células. A equação é simples: a coluna vertebral é toda desenhada de forma a possibilitar o movimento. Na ausência deste, a tendência é a acomodação. E a acomodação, nesse caso, significa dor, muita dor.
Para evitar o sedentarismo, é óbvio: movimente-se. Toda atividade física é bem-vinda, mas algumas são mais interessantes, se a intenção for cuidar da coluna: natação, dança, balé, musculação, equitação, ioga e pilates são alguns deles.
MÁ POSTURA
A estrutura que forma a coluna vertebral demanda um constante cuidado com a postura, na medida em que vícios posturais podem facilitar a ocorrência de deformidades, como hérnia de disco, escoliose, artrose, entre outros. Pessoas que, usualmente, adotam posturas inadequadas tendem a criar maus hábitos, pois o cérebro se acostuma com a posição errada. Vale lembrar também que o calçado errado, usado constantemente, pode prejudicar a coluna, assim como bolsas e mochilas pesadas.
Nesse caso, a dica é se policiar na hora de sentar, dormir e caminhar. Com o tempo, a postura adequada virará um hábito. Para dormir, prefira a posição de lado, já que nesse caso a coluna fica alinhada. Usar o travesseiro na altura adequada e outro entre os joelhos também são medidas interessantes. Ao sentar, lembre-se de que a postura ideal é aquela que mantém um suave S na coluna.
No caso dos acessórios, evite, sempre que possível, saltos muito altos ou utilize apenas durante poucas horas. Rasteirinhas também não são boas opções. Prefira sapatos que tenham 3 cm de salto. Já com relação às bolsas, o peso delas não deve ultrapassar 10% do peso corporal. As melhores para a coluna são as mochilas, já que distribuem melhor o peso. Se não for possível, alterne o tempo que carrega a bolsa em ambos os lados do corpo.
Informações à Imprensa
Renata Garcia Bernardes/Carina Viana e Cíntia Ferreira
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