sábado, 10 de setembro de 2016

Eleições 2016 – Cobertura Completa!

Reivindicações, propostas e críticas a aliança com José Augusto Maia movimentam sabatina de Fernando Aragão com professores


Fotos: Thonny Hill


Na noite desta sexta-feira (09) foi realizada a segunda rodada da sabatina com candidatos a prefeito de Santa Cruz do Capibaribe.

O evento foi organizado pelo Sindicato Único dos Profissionais do Magistério Público das Redes Municipais de Ensino (Sinduprom-PE) e teve como sabatinado o candidato Fernando Aragão (PTB).

O candidato respondeu 14 perguntas que foram sorteadas, de um total de 20 inscritos. As perguntas traziam temas como pagamento de retroativos, preocupação com a qualidade da merenda, a forma de escolha do Secretário de Educação, manutenção do diálogo com a categoria, recolhimento e regime de previdência própria entre outros.

Baixa presença de professores é alvo de críticas por sindicato


Um fato que chamou a atenção é que a sabatina contou com menos presença de professores em relação a que foi realizada com o candidato a prefeito Edson Vieira (PSDB), que abriu a série.

A pouca presença de professores foi lamentada por representantes do Sinduprom e provocaram diversos comentários nos bastidores e críticas de Fernando Aragão, direcionadas ao prefeito. De forma aberta e representando a entidade, a professora Elieudes Bezerra falou pelo sindicato.


“É lamentável que isso aconteça e quero deixar aqui registrado. Ficamos triste porque abrimos um espaço para a discussão e acredito que só a sociedade é transformada por nossas mãos e o papel da discussão política deve ser feita de forma igualitária. Quando temos uma plateia esvaziada, a gente se entristece. Pensávamos que hoje seria igual a ontem, mas os que estão aqui com certeza, tem o compromisso e vão fazer desse espaço um momento produtivo” – disse.

Parcelamento de retroativos

A professora Sandra Maranhão abriu a série de perguntas e questionou Fernando acerca do pagamento dos retroativos em reajustes salariais, fato que gerou diversas cobranças da categoria ao prefeito Edson Vieira devido ao atraso do pagamento das parcelas. Questionado sobre como esse atraso poderia ser evitado em sua gestão, caso eleito, ele respondeu:

“Quero assegurar aos professores e a todos os funcionários da prefeitura que iremos realizar um calendário para o pagamento para que, no dia, a gente possa efetuar esses pagamentos sem atrasos e garanto mais. Todo aumento que houver, não haverá retroativos para pagar e os salários serão corrigidos automaticamente” – pontuou.

Fernando ainda destacou que os atrasos que aconteceram no pagamento dos retroativos seriam reflexo, segundo ele, de uma falta de planejamento da atual gestão.

Merenda escolar

A professora Taís Feitosa destacou o tema, que vem sendo alvo de embates especialmente entre políticos das duas principais alas do município.

Sobre o que faria para solucionar esse impasse, caso eleito, o candidato respondeu que terá, no seu quadro de governo, uma equipe técnica que, segundo o mesmo, fará uma melhor administração dos recursos. De acordo com Fernando, estudos comprovariam que os recursos atuais são suficientes para seguir o cardápio recomendado.

“No meu governo, cuscuz seco não terá. Vamos fazer nossas crianças terem uma alimentação de qualidade, que sirva para eles, senão melhor a que tem em casa, mas igual. Não é possível que esses alunos, que serão os homens do futuro, não tenham uma boa alimentação” – pontuou.

Escolha do Secretário de Educação e construção de novas escolas


Questionado pela professora Sueli Olinda (foto acima) sobre como seriam os critérios para a escolha da equipe a compor a Secretaria de Educação, Fernando voltou a enfatizar que a escolha do secretário da pasta passará por uma lista tríplice, com nomes indicados pela categoria.

“Vocês terão o prazer, a alegria, uma participação maior, em uma lista tríplice, que eu escolha aquela que será o secretário. Tantas pessoas que assinam até documentos aqui e não cumpriram, quero dizer que tudo na minha vida, sempre discuti com a população. Nunca fiz nada só” – frisou Fernando.

Já questionado quanto a construção de novas escolas, o candidato citou que tem a meta quatro escolas de tempo integral e, segundo ele, a categoria terá a garantia que pelo menos uma delas será construída no bairro Santo Agostinho ou Acauã. As demais podem, segundo ele, ser construídas ou implantadas em prédios já existentes, que seriam readequados.

Santa Cruz Prev

O tema da Previdência também foi pautado na sabatina. O candidato foi questionado pela professora Claudiana Alves quanto a falta do repasse de recursos, segundo ela, em gestões anteriores e também a polêmica em relação ao Santa Cruz Prev, cuja dívida da prefeitura com o fundo foi parcelado em 48 vezes. Sobre esse ponto, Fernando fez críticas ao prefeito Edson Vieira.

“Em menos de dois anos, o prefeito não sabe onde colocou os R$ 2,5 milhões que deveriam ter sido repassados a previdência e não foram. Hoje, ele nem sequer diz para onde esse dinheiro foi. Essa casa não tem notícia, pedimos informações e nem sabemos a parcela como é. Isso é um absurdo. Os recursos que entram em Santa Cruz, que são calculados e descontados, serão destinados a previdência” – disse.

Falta de Projetos de Lei direcionados aos professores e aliança com José Augusto Maia


No primeiro ponto mais quente da sabatina, o candidato foi questionado por não ter, segundo o professor Emerson Ivonildo (foto), projetos de lei direcionados a categoria ao longo de seus 30 anos de vida pública.

Ele ainda foi questionado pela sua aliança com José Augusto Maia (PTN) que, segundo o professor, Fernando teria votado pela aprovação de contas do mesmo, sendo que possuíam parecer de rejeição pelo TCE, inclusive com dois fatos relevantes: o escândalo da merenda e suposto não repasse de contribuições previdenciárias.

Sobre os questionamentos, ele respondeu:

“De fato, eu votei contra uma recomendação do Tribunal de Contas porque, quando se lê por dentro todo o processo que tem, se enxerga que o tribunal também erra. Para você que diz que estou compactuando ou não como corrupção, está aqui as contas de 2007, onde consta todas essas coisas que você falou, aprovadas. O tribunal voltou atrás e mandou a gente aprovar. O tribunal de Contas também é político e faz política errada. O tribunal reviu e está aqui mandando aprovar” – disse e completou: “O Tribunal reviu as contas de Edson e vai julgar novamente. Possivelmente, vai ser reprovada e aí?! Quem votou está compactuando com as coisas dele?” – frisou.

Em seguida, Fernando falou sobre a suposta falta de projetos, citando que votou favoravelmente em todos os projetos que beneficiariam a categoria que já foram postos na Casa.

Implantação de concurso público


O candidato foi questionado pela professora Danielly Moura (foto) sobre garantias de implantação de concurso público em caso de eleição. De acordo com ela, nas últimas três gestões, professores contratados não teriam voz e direitos assegurados, além de ameaças de demissões em caso de críticas a problemas nas escolas onde ensinam. Sobre o tema, ele respondeu:

“Eles não têm segurança nenhuma e, por muitas vezes, 1700 que estão aí servindo como contratados, servem para fazer com que essa casa ficasse lotada ontem (na sabatina de Edson), porque a maioria eram de contratados. Ou vinham para cá ou perdiam seus empregos. Quero dizer a todos os contratados: na nossa administração vamos mudar isso. Vamos fazer concurso público para que todos tenham seus direitos” – disse o candidato.

Segundo Fernando, esse concurso já teria possibilidade de ser realizado, caso eleito, a partir de maio ou junho de 2017.

Segurança nas escolas


Sobre o tema, Fernando Aragão prometeu aos professores a presença de segurança nos estabelecimentos com Guardas Municipais e também com os “Vigilantes da Paz”, equipe composta por policiais contratados para trabalhar em seus horários de folgas.

Fernando destacou também a necessidade de convênios a exemplo dos Conselhos de Paz e Antidrogas e também com as polícias Militar e Civil.

“Com isso, vamos reduzir a violência em até 70% do que temos aqui” – disse.

Novas críticas a aliança com José Augusto Maia


A professora Ana Paula questionou Fernando sobre mais outro ponto da aliança com José Augusto Maia. De acordo com ela, o ex-prefeito não mantinha diálogo e também foi acusado por ela de perseguir a categoria e que seria impossível acreditar na proposta de haver diálogo. Sobre esses pontos, ele respondeu:

“Ele faz parte de nosso grupo político, tem sua história em Santa Cruz, com seus erros e acertos. Fui muito crítico de José Augusto, mas hoje, é Fernando Aragão e quem deve ser julgado, é Fernando Aragão. No meu jeito de ser, na minha vontade de fazer, se alguém está aqui ou não está, a influencia é muito pouca. o que queremos é mudar essa cidade. Porque fulano errou eu sou obrigado a errar? Vou fazer minha administração com os que querem mudar Santa Cruz.

Ao final da sabatina, o candidato assinou o termo de compromisso posto pela categoria e sindicato e depois seguiu em passeata com sua militância e simpatizantes.

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