
Foto: Divulgação/Redes Sociais
Um dos maiores escândalos da área da saúde no Rio de Janeiro continua gerando desdobramentos na Justiça. Em setembro do ano passado, foi revelado que seis pacientes receberam órgãos infectados pelo vírus HIV, devido a um erro laboratorial. O caso começou a ser julgado em fevereiro deste ano, e os depoimentos das vítimas trouxeram novos detalhes sobre as consequências do incidente.
Uma das vítimas, que teve sua identidade preservada, relatou os impactos devastadores que a descoberta teve em sua vida. Em seu depoimento à Justiça, ela pediu para não falar na presença dos acusados e descreveu o sofrimento enfrentado desde o procedimento.
"Isso me botou em depressão. Eu fiquei sem falar dentro da minha casa. Só via o pânico", declarou a paciente, que passou por um transplante de rim e, posteriormente, desenvolveu complicações de saúde, incluindo tuberculose.
O transplante, que deveria representar uma nova chance de vida, tornou-se um pesadelo para os pacientes afetados. "Eu entrei em pânico porque, até então, não tinha nada a ver com HIV. Eu tava bem, fazia exames de rotina e estava saudável. De repente, essa doença aparece. Isso é um baque para qualquer um", desabafou a vítima.
O problema teve origem em um erro do laboratório PCS Saleme, que descartou erroneamente a presença do HIV nas amostras de dois doadores. O laboratório mantinha um contrato com o governo do estado para realizar os exames da Central de Transplantes do Rio de Janeiro.
Walter Vieira e Matheus Vieira, donos do laboratório e parentes do deputado federal Doutor Luizinho, ex-secretário estadual de Saúde, chegaram a ser presos, mas agora respondem em liberdade pelos crimes de associação criminosa, lesão corporal e falsidade ideológica.
O caso segue em julgamento, e as vítimas aguardam respostas e providências da Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário