quarta-feira, 5 de maio de 2010

Brasil precisa dar mais atenção ao setor produtivo

Brasil precisa dar mais atenção ao setor produtivo

A continuidade do crescimento do Brasil está diretamente ligada à forma como o País vai lidar com as taxas de juros e câmbio, segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro. Para ele, as políticas econômicas brasileiras estão voltadas para o setor financeiro e não para o industrial, o que prejudica o desempenho e a competitividade do setor produtivo.

“O Brasil só poderá ter uma estratégia consistente de desenvolvimento no futuro, de modo a ampliar sua inserção no comércio internacional, se tivermos políticas de juros e de câmbio que sirvam aos interesses do setor produtivo brasileiro e não políticas que tenham viés financeiro e não-produtivistas”, defende Armando. “Nós olhamos mais o financeiro e isso seguramente poderá afetar de forma decisiva nosso padrão de desenvolvimento no futuro”, afirma.

Para ele, não há como a indústria brasileira se manter competitiva com as taxas de juros e com o câmbio atual. Na semana passada, o presidente da CNI criticou o reajuste da taxa de juros feito pelo Banco Central. Armando Monteiro considerou a alta exagerada. Ele defende ainda, um câmbio menos valorizado para que o Brasil possa se tornar mais atrativo e competitivo no cenário globalizado.

Na opinião de Armando Monteiro, o Brasil oferece desvantagens para os empreendedores mesmo se comparado a países que normalmente têm custos mais elevados, como os Estados Unidos. Segundo Armando, um dos principais motivos é a pesada carga tributária do País, que eleva vários dos custos de produção.

“Olhando para o futuro, diria que, se o Brasil quiser manter a importância, manter uma indústria que possa continuar nesse novo ambiente internacional, é fundamental que tenhamos custos compatíveis. E isso se traduz na necessidade de procurarmos uma convergência dos índices de produtividade do Brasil com o dos países com os quais concorremos”, afirmou Monteiro, em palestra sobre juros e câmbio, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

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