quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Donos do frigorífico Frigol são presos sob acusação de estelionato

Os irmãos Djalma Gonzaga de Oliveira e Devaldo Gonzaga de Oliveira, donos do frigorífico paulista Frigol, foram presos na última terça, dia 14, em São Paulo. A detenção foi realizada após pedido de prisão temporária expedido pela Polícia Civil do município de Pimenta Bueno, no Estado de Rondônia. Eles são acusados dos crimes de estelionato e formação de quadrilha.

O cumprimento do mandado de prisão foi feito pela polícia de Lençóis Paulista (SP), onde fica a sede da companhia, e, segundo o delegado Marcos Jefferson da Silva, da Delegacia de Polícia da cidade, ambos foram transferidos na quarta para Pimenta Bueno.

Em janeiro deste ano, a empresa abriu uma unidade em Pimenta Bueno com capacidade de produção de 20 mil toneladas de carne por ano. Foram contratados 150 funcionários. A fábrica, no entanto, funcionou apenas por seis meses. Nos últimos dias de operação, segundo denúncias de pecuaristas da região, o Frigol teria feito compras de cerca de R$ 2 milhões em bois. O pagamento teria sido feito com cheques sem fundos.

A Polícia Civil instaurou inquérito e apurou que as compras de animais foram realmente feitas, sem que a empresa honrasse a dívida. Além da prisão dos dois empresários em São Paulo, também foi cumprido mandado de busca e apreensão no escritório do Frigol em Pimenta Bueno para o arresto de livros contábeis e documentos fiscais. Procurado pela Agência Estado, o delegado da Polícia Civil de Pimenta Bueno não foi encontrado. Segundo funcionários, o expediente na delegacia encerra às 13h30, mas policiais lotados no distrito local confirmaram as informações.

O Frigol possui três unidades de abate – em Lençóis Paulista (SP), Água Azul do Norte (PA), além da de Pimenta Bueno (RO) – e tem capacidade para abater 2,7 mil bois por dia, empregando 1,4 mil pessoas e produzindo 200 mil toneladas de carne bovina por ano. A empresa está entre as 10 maiores do setor, mas distante dos três maiores grupos frigoríficos. Em 30 de julho, o Frigol entrou com pedido de recuperação judicial, sob a alegação de dificuldades financeiras.

Em nota à imprensa assinada por Benedito Bento de Oliveira, Decio Luiz de Oliveira, Djalma Gonzaga de Oliveira, Dorival Gonzaga de Oliveira, Durval Gonzaga de Oliveira, diretores do grupo Frigol, e divulgada no início da noite de quarta, a companhia informou que aos poucos está recuperando seu crédito junto a bancos e fornecedores e que em 30 dias apresentará seu plano de reestruturação, com a proposta de pagamento aos credores.

– Infelizmente, alguns poucos credores não somente não vêm colaborando para a reestruturação da empresa, como adotaram medidas extremas para tentar pressionar os diretores da Frigol a efetuarem pagamentos antecipados e indevidos a estes pecuaristas. Dentro dessas medidas podemos relatar o desagradável pedido de prisão dos diretores da empresa – diz o documento.

A empresa ainda declarou que não cederá a "chantagens e pressões indevidas, seja porque a lei proíbe pagar credores em prejuízo aos demais, seja porque não cede a pressões deste tipo, pois luta para pagar a todos de maneira justa e equilibrada, e não irá beneficiar uma minoria agressiva" e espera que o processo de recuperação volte a sua normalidade em breve.

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