segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Em debate, Serra e Dilma se defendem de acusações contra aliados

Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se defenderam das acusações que atingiram aliados durante as eleições no debate Folha/RedeTV! que aconteceu na noite deste domingo.

As respostas foram dadas no terceiro bloco quando foram questionados pelas jornalistas Renata Lo Prete e Patricia Zorzan, que não puderam fazer uma réplica.

Serra respondeu sobre Paulo Petro e Dilma Rousseff (PT) sobre Erenice Guerra.

Em ambos os casos, os candidatos começaram a respostas dizendo que a pergunta era uma ótima oportunidade para esclarecer a questão.

Serra negou que teria dito que não conhecia o ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. Ele afirmou que não o reconhecia pelo apelido, ao qual chamou de racista.

O tucano ainda ironizou ao dizer que, se ele fosse descendente de japonês, seria chamado de "amarelo".

"Eu sou a vítima", afirmou o tucano sobre o caso levantado por Dilma no debate anterior. A petista, baseada em reportagem publicada pela revista "IstoÉ", disse que Paulo Preto teria desviado R$ 4 milhões supostamente destinados ao caixa 2 da campanha tucana.

Já Dilma afirmou que a ex-ministra Erenice Guerra errou.

"Quero deixar claro que considero a situação da Erenice com muita indignação, primeiro porque não concordo com a contratação de parentes e amigos", respondeu.

A petista lembrou que Erenice saiu do governo e que a Polícia Federal está investigando o caso.

"Quem conhece minha história sabe que tenho um compromisso em combater o nepotismo e qualquer tipo de tráfico de influência."

Dilma ainda aproveitou para atacar Serra: "A diferença é que nós investigamos."

Braço direito de Dilma, Erenice pediu exoneração em 16 de setembro após notícias de que a empresa de lobby dos filhos dela operava dentro da Casa Civil.

PRIVATIZAÇÕES

Enquanto os temas religiosos, como aborto, estiveram ausentes do debate, outra questão que mexeu foi a das privatizações.

"A campanha da candidata mente o tempo interior sobre as minhas posições sobre a Petrobras", afirmou Serra, no primeiro bloco.

"Empresa estatal vai ser estatal do povo brasileiro", completou o tucano no segundo turno.

Já Dilma Rousseff trouxe a tona a questão da Gas Brasiliana. Em maio, a Petrobras assinou acordo para adquirir 100% da empresa por cerca de US$ 250 milhões. A distribuidora atua principalmente na região noroeste do Estado de São Paulo, atendendo 375 municípios.

Segundo a petista, a estatal não podia comprar a empresa por causa de um veto de Serra quanto estava no governo, que ele deixou em abril para disputar a eleição.

"A candidato está fugindo da resposta", disse Dilma para o adversário.

De acordo com Dilma, se a Petrobras não comprar a empresa, uma empresa japonesa fica com ela. Por três vezes, a candidata citou a questão das privatizações.

"Na véspera da eleição, o PT e a candidata colocam no centro do debate a questão da privatização, por uma questão puramente eleitoral", respondeu Serra. Para ele, as privatizações não estão na agenda do país no momento.

SÃO PAULO

No segundo bloco, Serra também tratou da questão das drogas. E voltou a dizer que o governo não investiu no patrulhamento das fronteiras e no tratamento de dependentes.

Em resposta, Dilma citou a cracolândia em São Paulo. Na tréplica, o tucano atacou: Dilma e o PT vivem falando mal de São Paulo.

Em outro bloco, ele voltou ao tema tentando pregar a imagem de antipaulista na petista.

"Dá a impressão que a Dilma é candidata ao governo de São Paulo. Mas ela não conhece muito bem São Paulo;"

Dilma também atacou. "O senhor fica um povo pretencioso. Não pode se comparar com o povo de São Paulo. Não faça isso, candidato. É feio."

Em outro momento ela voltou ao ataque. "Eu tenho um compromisso, que é livrar São Paulo do PCC" disse.

Nas considerações finais, Dilma citou nominalmente o presidente Lula e disse que, "se na eleição dele a esperança venceu o medo, agora a esperança vai vencer o ódio".

Serra usou seu tempo final para lembrar sua biografia e dizer que, "numa eleição, é importante falar de valores dos candidatos".


Fonte: Folha.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário