sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Em juízo, Bruno diz que mentiu sobre última vez que esteve com Eliza

O goleiro Bruno disse, em juízo, que mentiu na primeira declaração que deu a jornalistas depois que veio à tona o desaparecimento e morte de Eliza. Em 2 de julho, o atleta gravou com a imprensa no Rio de Janeiro que não via a ex-namorada há cerca de dois ou três meses. Nesta quinta-feira (11), ele afirmou que esteve com Eliza pela última vez no dia 10 de junho no sítio dele em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o goleiro, ele estava sendo muito assediado pela imprensa e na ocasião ficou com medo de dizer que a ex-namorada esteve no sítio.

O dia 10 de junho é considerado a data da morte de Eliza, segundo a Polícia Civil. A juíza fez vários questionamentos sobre a rotina do goleiro e de Eliza neste dia. No interrogatório da tarde desta quinta-feira (11), Bruno disse que Eliza teria pedido a ele para ficar com o bebê durante sete dias, porque ela “precisava arcar com pagamentos em São Paulo”. A juíza questionou quais seriam esses pagamentos, mas Bruno disse não saber. Ele falou que deu R$ 30 mil para que Eliza pagasse essas despesas, mas não entrou em detalhes.

Ainda segundo Bruno, ele pediu que a mulher Dayanne Souza cuidasse da criança para ele, mas, quando se passaram sete dias, Eliza não voltou. Nesse período, o goleiro disse que já estava no Rio de Janeiro. Bruno foi questionado pela juíza pelo fato de não ter comunicado à polícia sobre o susposto desaparecimento da modelo, que não teria voltado para buscar a criança. Bruno alegou que chamaria a polícia, mas poucos dias depois ele e Dayanne já estavam presos e não deu para fazer mais nada.

Ainda segundo Bruno, Eliza saiu do sítio por volta das 17h do dia 10 de junho com Macarrão, que a levaria até um ponto de táxi. O jogador afirmou que ficou no imóvel. O carro usado, segundo o goleiro, era o EcoSport. Bruno disse que não ter certeza se adolescente estava com eles. Macarrão retornou por volta das 23h, segundo o jogador.
Segundo a juíza, a audiência não tem hora para terminar nesta quinta-feira (11). O réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, ainda não foi dispensado. Ele chegou ao fórum antes das 9h das manhã, mesmo horário de Bruno.

chego ao fórum de Contagem (Foto: Pedro Triginelli/G1)
Primeiras horas da audiências
Na primeira parte do depoimento, no turno da manhã, o jogador falou sobre sua amizade com Luiz Ferreira Romão, o Macarrão. De acordo com Bruno, ele tinha um bom relacionamento com o amigo de infância, mas, em alguns momentos, tinha que "administrar o ciúmes de Macarrão". Às vezes, segundo Bruno, Macarrão parecia incomodado com a proximidade de Ingrid, o que atrapalharia a amizade dos dois. O depoimento já dura cerca de seis horas.

Ainda segundo o jogador, desde que Macarrão assumiu a função de cuidar das finanças de Bruno, a vida do goleiro ficou mais organizada. A relação dos dois era de confiança, sendo inclusive Macarrão responsável pela movimentação bancária do goleiro.

Bruno também fez considerações sobre o adolescente apreendido por envolvimento no caso. “Ele tem distúrbios mentais e uma pessoa que inventa o que ele inventou é um psicopata”, disse. O jogador alegou ainda que o menor era usuário de drogas.

O goleiro Bruno disse que a mancha de sangue de Eliza, encontrada em um dos carros dele, foi de um ferimento no nariz causado pelo adolescente. Segundo Bruno, o menor e Eliza se agrediram fisicamente dentro do veículo dirigido por Macarrão, no Rio de Janeiro, no dia 4 de junho. A briga teria acontecido porque Eliza estava criticando e xingando Bruno, e o adolescente teria ‘tomado às dores’ dele, segundo o jogador. Bruno disse que não estava dentro do carro, mas que ficou sabendo da briga por meio Macarrão, que contou toda a história a ele.

Sobre a gravidez de Eliza Samudio, Bruno afirmou que ajudava a ex-namorada financeiramente e que nunca pediu que ela abortasse. Segundo o goleiro, ele pediu apenas que ela fizesse o teste de DNA para comprovar a paternidade.

Abertura da sessão
Na abertura da sessão para interrogar o goleiro Bruno sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues disse que está “convencida da materialidade o crime”, por isso mantém os réus presos. A magistrada disse isso ao indeferir pedido para que ela se afastasse do caso, feito pelo advogado Wasley César de Vasconcelos. Ele teria alegado que a juíza estaria agindo de modo parcial no caso. Ela contestou o argumento.


Fonte: G1

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