sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dólar fecha em queda pela primeira vez na semana

Depois de fechar em alta todos os dias desta semana, o dólar inverteu a tendência e recuou nesta quinta-feira (17), refletindo a perda de valor da moeda em todo o mundo e a atuação mais modesta do Banco Central no mercado de câmbio.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,53%, vendida a R$ 1,663, no menor nível desde o último dia 9, quando terminou a R$ 1,661.

Com esta queda, o dólar passou a ter desvalorização acumulada de 0,24% na semana - apesar das altas anteriores, que foram discretas. Em fevereiro, a divisa tem baixa de 0,66% e, no ano, também perde, mas de maneira mais leve: 0,18%.

Seguindo o roteiro dos últimos pregões, o dólar passou praticamente toda a manhã em torno da estabilidade, mas à tarde firmou tendência de baixa, conforme o euro se recuperava.

"Já faz tempo que a tendência para o dólar é de baixa. Essa alta do euro apenas facilita a queda", afirmou Ovídio Soares, operador de câmbio da corretora Interbolsa do Brasil.

A divisa europeia superava US$ 1,36 no final da tarde, repercutindo o alívio de investidores com o êxito de França e Espanha ao realizarem leilões de títulos públicos. Os dois países venderam juntos US$ 11,87 bilhões.

"Além disso, você ainda tem dinheiro entrando no Brasil, e nesse cenário é difícil o dólar subir", completou Soares, lembrando os números relativos ao fluxo cambial reportados na véspera.
Segundo o BC, os ingressos líquidos somaram US$ 2,585 bilhões em fevereiro até o dia 11. Somente em janeiro, o superávit cambial ficou em US$ 15,513 bilhões.

"O relatório semanal do BC sobre fluxo destaca a força dos ingressos via setor financeiro ao Brasil", escreveu em nota a clientes a analista Flavia Cattan-Naslausky, do RBS Secutiries.
De acordo com Reinaldo Bonfim, diretor da Pioneer Corretora, o fato de a autoridade monetária ter feito apenas um leilão de compra da moeda estrangeira neste pregão também favoreceu a baixa do dólar.

"E mesmo os que ele vem fazendo nos últimos dias têm tido impacto pequeno. O mercado vende para ele o que tem e logo depois aproveita para derrubar mais a taxa de câmbio", comentou.


"O real tem atratividade devido ao 'carry trade', mas o governo está intensificando as intervenções, e o real está caro em termos reais. No curto prazo, a moeda deve continuar oscilando entre R$ 1,65 e R$ 1,75", escreveram os analistas da área de pesquisa de câmbio do Barclays Capital.

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