quinta-feira, 24 de março de 2011

Dólar fecha em queda pelo quinto dia consecutivo

O dólar operou em queda durante toda a quinta-feira (24) e fechou com desvalorização pelo quinto pregão consecutivo, em meio à contínua entrada de recursos e ao maior apetite por risco no exterior.

A moeda norte-americana recuou 0,18%, a R$ 1,656 na compra e a R$ 1,658 na venda - o menor patamar de fechamento em duas semanas.Na semana, o dólar acumula queda de 0,72%; no mês, a baixa é de 0,30%; e, no ano, a divisa perde 0,48%

Novamente, as oscilações foram modestas. Segundo profissionais, o mercado tem evitado derrubar o dólar com mais força por expectativas de que o governo possa anunciar medidas no câmbio.

"Essa sequência de baixas do dólar coincide com o fato de os investidores estrangeiros estarem voltando a reforçar suas posições vendidas no (mercado) futuro", comentou Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.

Os não residentes chegaram a diminuir as apostas contra o dólar, após fontes afirmarem que o governo planejava anunciar ações para conter a escalada do real.
Mas o silêncio das autoridades e a posterior informação de que a tragédia japonesa havia levado o governo a abandonar por ora o anúncio das medidas, abriram espaço para novas apostas contra o dólar.

De acordo com números da BM&FBovespa referentes a quarta-feira, os investidores estrangeiros sustentavam US$ 13,327 bilhões em posições vendidas em moeda estrangeira nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI). Nos últimos cinco pregões, essas posições sofreram um reforço de US$ 3,167 bilhões.

Knauer lembrou que a elevada taxa de juros brasileira é um dos principais motivos para a enxurrada de capital no país. "Não dá para ignorar isso (o juro). A arbitragem continua sendo feita e esse movimento pressiona o dólar."

A Selic está em 11,75% ao ano, bem acima dos juros praticados nos Estados Unidos (entre zero e 0,25%) e na zona do euro (1%).

Ajuste no compulsório

Na noite de quarta-feira (23), o Banco Central anunciou ajustes técnicos nas regras de recolhimento dos compulsórios sobre recursos a prazo, posição vendida de câmbio e na exigibilidade adicional sobre depósitos. De acordo com economistas, a medida pode ser um primeiro passo para novas elevações do nível de recolhimento.

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