segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Jogador Adriano é esperado para depor às 18h desta segunda-feira

O jogador Adriano - acusado por Adriene Cyrilo Pinto de ser o autor do disparo que atingiu uma de suas mãos, na manhã de sábado - está sendo esperado para depor às 18h desta segunda-feira, na 16ª DP (Barra da Tijuca). A polícia quer confirmar em que lugar do carro ele estava sentado.

O delegado titular da 16ª DP (Barra), Fernando Reis, disse na manhã de hoje que ainda há muitas contradições no incidente envolvendo o atacante Adriano e a jovem Adriene Cyrilo, que foi ferida acidentalmente com um tiro na mão, quando estava no carro do jogador. Fernando Reis afirmou que pretende fazer uma acareação entre os dois na próxima quarta-feira assim que a jovem tiver alta do hospital.

O delegado ressaltou que, caso seja comprovado que o jogador está mentindo, e a arma tenha sido disparada por ele, Adriano deixará de responder apenas por lesão corporal culposa, cuja pena é o pagamento de cestas básicas ou trabalhos comunitários, para responder por fraude processual (por induzir falsos testemunhos), cuja pena pode variar de seis meses a quatro anos de prisão. Já no caso de Adriene - que acusa o atacante de ter atirado - estar mentindo, ela pode responder pelos crimes de denúncia e ação caluniosa, cuja pena varia de dois a oito anos de detenção

- Se ele estiver mentindo, é um mau negócio - disse o delegado, que considera a possibilidade de fazer uma reconstituição do incidente para desvendar o que realmente aconteceu, caso os depoimentos não sejam conclusivos.

Segundo o delegado, o tiro que atingiu Adriene dentro do BMW do atacante do Corinthians foi disparado por quem estava no banco traseiro do veículo. Ainda de acordo com o delegado, apenas Adriene diz que Adriano estava no banco de trás. O atacante, o seu segurança e outras três mulheres que estavam no veículo informaram em depoimento que o jogador estava sentado na frente, no banco do carona.

A jovem baleada contou à polícia que Adriano disparou a pistola .40 de seu segurança acidentalmente. Ela continua internada no hospital Barra D’Or e passará por uma cirurgia na terça-feira, para reconstituir o osso do dedo indicador da mão esquerda. A despesa do hospital será paga pelo jogador. Adriano nega a versão e acusa Adriene de ter feito o disparo e se ferido. Outras testemunhas que estavam no BMW do atacante do Corinthians também acusam Adriene de ter acionado a pistola.

O delegado disse considerar indispensável uma acareação entre o jogador e Adriene. As outras quatro pessoas que estavam no carro também devem participar do procedimento. A acareação deve ser feita assim que a jovem ferida tiver alta do hospital.

Adriano prestou depoimento ao delegado na tarde de sábado no Barra D’Or, aonde policiais tinham ido para ouvir Adriene. À polícia, o atacante disse que estava no banco da frente do carro e não atirou. Já o segurança do atacante, o tenente da reserva da PM Júlio César Barros de Oliveira, de 52 anos, disse na delegacia que deixou a pistola embaixo do banco do motorista, a arma escorregou e foi para a parte de trás do carro, onde Adriene teria decidido manuseá-la.

Ainda na tarde de sábado, a polícia recolheu material das mãos do jogador e da jovem ferida, para verificar se há vestígios de pólvora nelas. Fernando Reis explicou que, mesmo que o jogador tenha lavado as mãos, caso ele tenha manuseado a arma e efetuado o disparo, partículas mínimas de pólvora ainda poderão ser detectadas.

No Barra D’Or, Adriene não recebeu visitas até a tarde de domingo. A funcionários do hospital, ela teria dito que uma noite antes de ser ferida havia brigado com o ex-marido. Depois da discussão, teria resolvido ir com uma amiga à casa noturna Barra Music, na Barra da Tijuca, onde conheceu Adriano. De acordo com o boletim médico, o tiro atingiu o dedo indicador da mão esquerda, mas não houve lesão nos tendões ou nas artérias.

Ao deixar a Barra Music, Adriano deu carona às quatro mulheres. Na Avenida das Américas, próximo à casa dele, alguém disparou a pistola do segurança, que dirigia o carro. Adriano teria tirado a própria camisa para tentar estancar o sangramento e Adriene foi levada ao hospital pelo tenente da reserva da PM Júlio César Barros.

Nascido e criado na Vila Cruzeiro, na Penha, Adriano foi citado em inquéritos sobre supostas ligações com o tráfico, mas todos foram suspensos por falta de provas. Uma investigação teve início após serem divulgadas fotos em que o jogador apareceria com um fuzil ao lado de um homem armado. Depois, foi esclarecido que a suposta arma seria um brinquedo.

Em outro inquérito, Adriano negou ter presenteado com uma moto Marlene Pereira de Souza, mãe do traficante Mica. Já em agosto do ano passado, a Polícia Civil decidiu não indiciar Adriano no inquérito que apurava se o atacante teria enviado R$ 60 mil a traficantes da Vila Cruzeiro. A polícia considerou que não havia provas. A mãe de Adriano, Rosilda Ribeiro, teria usado o dinheiro para a compra de cestas básicas para moradores da Vila Cruzeiro.

O jogador Adriano atravessou uma fase ruim em 2011 e teve pouca participação na conquista do título de campeão brasileiro pelo Corinthians. Já no início do ano, quando ainda defendia o Roma, da Itália, ele veio se tratar de uma lesão no Brasil e, depois de jantar numa churrascaria, foi para uma festa, sendo fotografado com um imenso copo de chope.

Na madrugada de 9 de fevereiro, ao sair de outra festa, o jogador foi parado numa blitz da Lei Seca. De acordo com os policiais, Adriano estava visivelmente alterado e se negou a fazer o teste de bafômetro.

No último dia 10, o camisa 10 do Corinthians havia recebido um incentivo especial. O presidente do clube, Andrés Sanchez, disse confiar numa volta por cima do atacante em 2012.

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