Lotes foram doados de
maneira irregular pela gestão municipal anterior; juiz concedeu parecer
favorável alegando que a utilização dos terrenos pode trazer riscos à saúde
pública
Após a grande
polêmica instalada na cidade relacionada à doação irregular de terrenos em uma
área que antes pertencia a um lixão no bairro Celestino Ferreira, em Riacho das
Almas, o juiz Feliciano da Silva Nilo, titular do fórum de Riacho das Almas
decidiu acatar a recomendação da Prefeitura para a suspensão de obras no local.
Foram doados
pela gestão anterior do município 111 lotes divididos de maneira rudimentar, no
dia 29 de dezembro de 2012. Os terrenos não são regularizados e não houve
critério para a distribuição das terras. De acordo com a secretaria de
administração do município, o cadastro feito não analisou o risco de
vulnerabilidade dos beneficiados, já que anteriormente no local existia um
lixão que funcionou durante 30 anos na área, e foi desativado há sete anos.
Segundo a secretaria, o terreno é totalmente insalubre e representa risco de
contaminação para as pessoas. Estudos do local serão realizados para
dimensionar com maior fidelidade os riscos da construção de moradias no local.
As duas
únicas construções que foram iniciadas nos lotes estão embargadas. O juiz
determinou as obras fossem suspensas, e caso continuem, serão deliberadas
multas diárias de R$ 1 mil por dia de prosseguimento das construções. Em caso
de resistência, a Prefeitura de Riacho das Almas tem atribuições legais para
demolir as construções, se for o caso. O secretário de administração do
município Paulo André foi taxativo: “Aceitar reivindicações como esta seria
incentivar a prática de ilegalidades com a coisa pública, sem levar em conta a
saúde e o bem estar da população”, argumentou.
Em
contrapartida, a Prefeitura de Riacho das Almas propôs um cadastro na
secretaria de assistência social para que as pessoas que tiveram o direito aos
terrenos suspenso conseguirem outro benefício: elas serão cadastradas em
programas do governo adequados para a necessidade individual de cada família, e
receberão auxílio-aluguel até que uma providência definitiva seja tomada.
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