terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Acompanhantes de pacientes do HRA denunciam falta de médicos ao MPPE

Presidente de cooperativa diz que não foram solicitados mais profissionais.
Assessoria do HRA reafirma contrato com cooperativa para atender demanda.

No Hospital Regional do Agreste (HRA), nove pessoas estão há quase um mês a espera de cirurgias, mas os procedimentos são remarcados por falta de médicos anestesistas. Os acompanhantes dos pacientes foram nesta segunda-feira (2) ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), localizado em Caruaru, no Agreste pernambucano, para denunciar a situação da unidade.

O caso foi mostrado pela segunda vez no ABTV 2ª Edição. Quando a primeira reportagem foi exibida, no sábado (30), o diretor-médico do HRA, Carlos Laerson, informou que estariam trabalhando apenas dois anestesistas. Ainda de acordo com o diretor, a Cooperativa dos Médicos Anestesistas do Interior de Pernambuco não estaria cumprindo o compromisso firmado para que a instituição supra a necessidade do hospital, que seria de quatro médicos anestesistas.

No ABTV 2ª Edição desta segunda, o presidente da Cooperativa, Francisco Salviano, afirmou que o HRA não teria solicitado profissionais. “O procedimento normal seria da seguinte maneira: mandar o número de cirurgias que iria haver, para a gente providenciar os profissionais”, disse Salviano.

Em nota, a assessoria de imprensa do HRA reafirmou a necessidade de quatro médicos anestesistas. “No entanto, a cooperativa não está cumprindo o contrato, liberando apenas dois profissionais para o HRA. Vale salientar que o Hospital Regional já está notificando a Coopagreste sobre esse fato”, comunicou.

O Ministério Público de Pernambuco ainda não se pronunciou sobre a situação.

Entenda o caso

O Hospital Regional do Agreste (HRA) está há dois fins de semana sem a quantidade suficiente de anestesistas, segundo Carlos Laerson, diretor-médico da unidade. Nesses plantões, trabalham apenas dois anestesistas para atender às urgências. Pessoas estão internadas há quase um mês, dependendo desses profissionais.

Alguns dos pacientes têm cálculos e outros têm tumores nas vias biliares, importantes para o funcionamento de órgãos como o fígado. “Faz 20 dias que estou com minha mãe aqui, ela é de idade, 80 anos, e sem fazer o procedimento, que já foi marcado três vezes”, conta a costureira Mônica Gonzaga.

Dentre os nove pacientes à espera dos profissionais, está a mãe da agricultora Eliane Maria da Silva. Ela tem uma indicação de cirurgia imediata prescrita por um médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “A gente vai fazer o quê? Não tem condições de fazer cirurgia paga e espera pelo governo e nada. O médico está fazendo a parte dele, está vindo. Já foi adiada a cirurgia quatro vezes com essa”, afirma.

De acordo, com o médico endoscopista Guilherme Canejo, responsável pelas cirurgias, os pacientes correm sérios riscos. “Eles podem desenvolver, posteriormente, infecções gravíssimas e outras complicações como infecções nos órgãos adjacentes. No pâncreas, por exemplo, levando a situações graves como uma pancreatite aguda”, explicou.

Do G1

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