segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Índios ganham cisternas, mas não têm produção

Subir a serra de Arapuã, onde estão localizadas as aldeias dos índios pankarás, é uma aventura deslumbrante e sem riscos. Lá do seu alto, a vista alcança as cidades de Belém do São Francisco e Floresta, além de um braço do rio São Francisco. Mas o que era um oásis, formada pelas terras mais férteis da região, é página virada.

Maior produção da área, a mandioca foi devastada pela maior seca dos últimos 50 anos. Os índios não abandonaram suas terras porque não têm para onde ir, mas sobrevivem hoje dos programas sociais e de pequenas produções de frutas. Através do programa Água para todos, o Governo matou a sede dos índios instalando cisternas com capacidade para armazenar 16 mil litros de água.

Programa Água para Todos na comunidade dos pankarás

“Foi a nossa salvação”, diz o índio Manoel Antônio de Sá, também ex-vereador por três mandatos e agora secretário-adjunto de Agricultura. É ele que leva as boas novas para a comunidade. Ontem, ciceroneando a reportagem, deu a notícia aos índios de que a Prefeitura iria fazer o calçamento de acesso à serra com a segunda etapa do FEM, o fundo estadual criado pelo ex-governador Eduardo Campos.

Dona Izaldete, eleitora fiel de Dilma

Em casa, ele tem uma eleitora fiel de Dilma, a esposa Izaldete Souza, da tribo Pankará. “Eu votei nela (Dilma) porque ela faz muito pelos pobres e também porque meus filhos me ligaram de São Paulo pedindo pra gente não deixar de ajudar a nossa presidente”, afirmou, reportando-se aos cinco herdeiros que deixaram a aldeia em busca do eldorado no Sudeste.

Enquanto preparava o almoço num fogão a lenha, dona Izaldete não parou de falar sobre Dilma e até fez uma provocação: “Vocês vieram aqui falar mal de Dilma? Aqui, a gente não aceita provocação”, afirmou.

Carnaubeira da Penha tem fama também por outro motivo. É centro de produção de maconha. Só numa operação recente da Polícia Federal 15 mil pés da erva foram apreendidos numa área próxima à reserva dos índios Atikum. Isso bem antes da polícia estadual flagrar 146 toneladas prontas para o consumo. “Mas isso é página virada, a seca acabou também com todos os plantios de maconha”, atesta o vereador Henry Cândido, líder do Governo na Câmara